Publicado em 29 de abril de 2025 às 18:38
Documentos obtidos pelo portal LeoDias revelam que o ex-presidente interino da CBF, Antônio Carlos Nunes, conhecido como Coronel Nunes, recebeu ao menos R$ 3.567.720,91 da Confederação Brasileira de Futebol entre 2022 e 2024, período em que já não exercia mais nenhuma função oficial na entidade.>
Apesar de ter deixado o cargo em maio de 2022, após a eleição que consolidou Ednaldo Rodrigues como presidente da CBF, Nunes continuou recebendo repasses mensais de R$ 100 mil até o final de 2023. Os valores foram depositados em contas jurídicas vinculadas ao dirigente, segundo os documentos. Após esse período, em 2024, não há clareza sobre a forma de transferência das quantias restantes, mas os registros ainda o identificavam como “vice-presidente”, mesmo fora da estrutura administrativa da confederação.>
O nome de Nunes voltou aos holofotes também por sua participação em um acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ao lado de outros quatro dirigentes, que viabilizou a reeleição de Ednaldo Rodrigues em março de 2025. A assinatura do ex-dirigente foi considerada essencial para garantir a estabilidade política do atual presidente da CBF.>
O caso chama ainda mais atenção diante do estado de saúde de Nunes. Segundo revelado também pelo LeoDias, ele se declarou incapaz em um processo judicial que trata da pensão como ex-policial militar. Um laudo médico de 2023, assinado pelo neurologista Jorge Roberto Pagura, atesta que o ex-dirigente sofre de tonturas, ataxia e déficit cognitivo em progressão.>
Fontes próximas ao ex-presidente relatam que Nunes vive de forma reclusa em sua casa no Pará, sendo raramente visto ou contatado. Segundo essas mesmas fontes, ele não exerce nenhuma função há anos e depende da esposa e da filha para se comunicar com o mundo externo.>
A reportagem tentou contato com a filha de Nunes e com a própria CBF para esclarecer se há qualquer vínculo profissional ainda vigente, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. O caso levanta questionamentos sobre a transparência da gestão de recursos dentro da maior entidade do futebol brasileiro, especialmente em um período em que se busca modernização e credibilidade institucional.>