Publicado em 6 de outubro de 2025 às 13:47
As finanças do Paysandu voltaram ao centro das atenções após novas declarações de Maurício Ettinger, ex-presidente e atual colaborador do clube, em entrevista à Rádio Super Marajoara. O dirigente detalhou bastidores da administração bicolor, explicando que as dívidas e adiantamentos fazem parte do cotidiano de quem gere o futebol brasileiro, especialmente em clubes de médio porte.>
Segundo ele, bloqueios de contas eram recorrentes, e parte das pendências foi renegociada durante seus dois mandatos. “Dificilmente alguém assume um clube de futebol sem dívidas. Pegamos um Paysandu vindo de uma Série B para a Série C, com rescisões de valores altos e metade da receita”, afirmou Ettinger, que revelou ainda que o clube chegou a pagar R$ 100 mil mensais à 6ª Vara da Justiça do Trabalho.>
O ex-presidente destacou que conseguiu quitar integralmente esse débito e, com o retorno à Série B, reduzir parte das obrigações financeiras, embora admita que os problemas seguem sendo uma constante.>
Ettinger apontou que o Paysandu vive um problema crônico de fluxo de caixa, o que leva a diretoria a recorrer frequentemente a beneméritos para cobrir a folha salarial. “As receitas não entram na hora que você precisa. Daí os grandes beneméritos emprestam dinheiro sem juros para pagar folha. Não é o certo, mas é a realidade do Paysandu”, explicou.>
Ele também mencionou que ainda há dívidas antigas sendo tratadas, como pendências da época da Libertadores e do uso do Mangueirão, além de ações trabalhistas como a de Yago Pikachu.>
O ex-dirigente lamentou as críticas recebidas em meio à atual crise do clube, que amarga a lanterna da Série B com apenas 26 pontos em 30 jogos. “Quando o Paysandu ou outro clube não está bem, aparecem as pessoas para pisar em cima. É triste, mas sempre foi assim. Vamos reagir”, desabafou.>
Por fim, Ettinger revelou que o clube precisou recorrer a promessas de bichos e bônus na última temporada, adiantando cotas e desembolsando cerca de R$ 2,6 milhões para manter a motivação do elenco. Segundo ele, a prática não está descartada para este ano. “Tivemos que prometer acesso, o que é normal. Quem dera esse ano a gente não dê bicho e consiga permanecer. É algo normal no futebol”, concluiu.>