'Farinha do mesmo saco': Ronaldo dispara contra CBF e critica modelo eleitoral da entidade

Em entrevista na Itália, Fenômeno denuncia estagnação política na Confederação e aponta falta de esperança por mudanças reais no comando do futebol brasileiro.

Publicado em 18 de maio de 2025 às 16:22

'Farinha do mesmo saco': Ronaldo dispara contra CBF e critica modelo eleitoral da entidade
'Farinha do mesmo saco': Ronaldo dispara contra CBF e critica modelo eleitoral da entidade Crédito: Reprodução/Redes Sociais

O ex-jogador Ronaldo Nazário, um dos maiores nomes da história da Seleção Brasileira, fez críticas à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e ao processo eleitoral da entidade. Em entrevista concedida ao canal BandSports durante o Grande Prêmio de Emilia-Romagna, na Itália, o Fenômeno disparou: “Se não mudar o estatuto, essa palhaçada vai continuar. Muda a página, mas o livro é o mesmo. É tudo farinha do mesmo saco.”

A declaração de Ronaldo ocorre em um momento de instabilidade institucional na CBF. Após a Justiça retirar Ednaldo Rodrigues do cargo de presidente e invalidar o estatuto de 2022, o comando da entidade ficou sob intervenção, com Fernando Sarney assumindo como interventor e marcando novas eleições para o dia 25 de maio. Com isso, voltou a valer a regra de 2017, que exige o apoio de oito federações estaduais e cinco clubes para a inscrição de uma chapa.

O campeão mundial pela Seleção em 2002 lamentou a concentração de poder nas mãos dos 27 presidentes de federação e afirmou que, sem uma reforma estrutural, o cenário atual tende a se repetir: “Enquanto o poder continuar nas mãos dos 27 presidentes de federações, isso não vai mudar. É uma pena porque o futebol brasileiro tem um potencial tão grande, com talento, jogadores… Bastaria só fazer uma reforma importante para a gente ter esperança de voltar a vencer títulos novamente e reconectar a Seleção com o torcedor.”

Ronaldo, que no início do ano buscou viabilizar uma candidatura à presidência da CBF, não obteve apoio suficiente para lançar sua chapa: 23 das 27 federações rejeitaram seu nome, inviabilizando sua entrada na disputa. Sem alcançar o mínimo exigido, quatro federações e quatro clubes, na regra então vigente, o ex-atacante desistiu. O resultado foi a aclamação de Ednaldo Rodrigues, em um processo que acabou sendo anulado judicialmente.

Apesar de não confirmar uma nova tentativa de candidatura, Ronaldo deixou claro que sua insatisfação vai além de nomes: “Isso não vai mudar, só vai maquiar o que está acontecendo. Daqui a pouco voltam os escândalos, volta a corrupção… Enquanto o poder estiver na mão deles, eles vão ficar entre eles, e nada vai mudar.”

As eleições da CBF, previstas para o final deste mês, acontecem em meio a um ambiente de descrença e cobrança por mudanças profundas como as que Ronaldo acredita serem indispensáveis para o futebol brasileiro voltar a ser competitivo dentro e fora de campo.