FIFA atualiza Código Disciplinar e impões novas regras contra racismo no futebol

Entidade amplia poderes e cobra ações efetivas das Associações-Membro no combate à discriminação racial.

Publicado em 29 de maio de 2025 às 14:01

FIFA atualiza Código Disciplinar e impões novas regras contra racismo no futebol
FIFA atualiza Código Disciplinar e impões novas regras contra racismo no futebol Crédito: Reprodução/Redes Sociais

Para reforçar o combate ao racismo no futebol, a FIFA anunciou, nesta quinta-feira, uma nova e mais rigorosa versão de seu Código Disciplinar. Aprovado no início do mês pelo Conselho da entidade, o documento impõe diretrizes obrigatórias às Associações-Membro e amplia o poder de atuação da entidade máxima do futebol em casos de discriminação racial.

A principal mudança está na redação do artigo 75, parágrafo 1º, da Lei de Discriminação Racial (FDC), que obriga todas as federações filiadas à FIFA a incorporar os princípios do artigo 15, que trata especificamente de “Discriminação e Racismo”, em seus próprios regulamentos disciplinares. O prazo para que isso seja feito é até 31 de dezembro de 2025, e as adaptações devem ser formalmente comunicadas à FIFA.

Entre as atualizações mais relevantes, está a autorização para que a entidade recorra à Corte Arbitral do Esporte (CAS) nos casos de abuso racista. A FIFA também poderá intervir diretamente quando identificar omissão ou negligência por parte das federações locais na investigação e punição de atos discriminatórios. Essas mudanças estão previstas no artigo 30, parágrafos 6 e 8, e visam garantir que as punições sejam efetivas e não fiquem restritas ao âmbito nacional.

O artigo 15, que serve de base para a nova política, mantém o protocolo de três etapas já conhecido no futebol mundial: paralisação do jogo, suspensão temporária e, em casos mais graves, encerramento da partida. A reincidência, no entanto, passa a ter consequências mais duras, incluindo punições disciplinares, realização de jogos com portões fechados, perda de pontos em competições e até a exclusão ou rebaixamento de equipes envolvidas.

A decisão da FIFA surge em um momento de crescente cobrança por atitudes mais enérgicas no enfrentamento ao racismo nos gramados. Casos recentes em grandes ligas e torneios internacionais evidenciam que apenas campanhas de conscientização não são suficientes para frear os ataques racistas a jogadores e torcedores. Com a nova diretriz, a FIFA sinaliza que não haverá mais espaço para omissão ou conivência institucional.

As federações agora terão até o fim de 2025 para se adequar. O recado está dado: o combate ao racismo no futebol precisa sair do discurso e se materializar em ações concretas e punições severas.