Publicado em 20 de novembro de 2025 às 08:38
Nesta quinta-feira (20), completa-se exatos 20 anos de um dos capítulos mais marcantes da história do futebol paraense. Em 2005, o Clube do Remo viveu uma jornada épica ao vencer o Novo Hamburgo por 2 a 1, no Sul do país, com gols de Capitão e Maurílio, assegurando não apenas o acesso, mas também o título da Série C — a primeira conquista nacional do Leão Azul. A capital paraense se transformou em um caldeirão azul marinho, embalando um feito que permanece vivo na memória da torcida.>
A campanha histórica começou em um momento especial: o centenário do clube. Pressionado pela missão de voltar à Série B e coroar os 100 anos com um título nacional, o Remo, sob a presidência de Raphael Levy, iniciou sua caminhada no grupo regional da competição. Dominante, liderou a chave com 14 pontos, deixando São Raimundo, Abaeté e São José para trás. Os primeiros jogos no Mangueirão já mostravam a força das arquibancadas, com público constante e um clima que se tornaria determinante ao longo da campanha.>
O primeiro grande drama surgiu no mata-mata contra o Tocantinópolis. Após perder por 2 a 0 no jogo de ida, o Remo viveu uma noite para cardíacos em Belém: empurrou o adversário, devolveu o placar e fez 4 a 1, garantindo a classificação com um pênalti convertido por Osny nos minutos finais, diante de mais de 42 mil torcedores.>
Na fase seguinte, contra o Abaeté, o equilíbrio prevaleceu. O empate por 1 a 1 no Mangueirão deixou tudo em aberto, mas, em Abaetetuba, o Leão soube reencontrar a força: venceu por 3 a 2, com destaque para a cobrança de falta precisa de Marquinhos Belém.>
O Nacional-AM foi o último obstáculo antes do quadrangular final. A vitória por 2 a 0 em Manaus parecia confortavel, mas o jogo de volta, em Belém, virou sofrimento: derrota por 1 a 0 e pressão até o fim, mas vaga garantida.>
Chegar ao quadrangular como a equipe de pior campanha significava decidir quase tudo longe de casa — desafio que o Remo conhecia bem. A estreia, porém, foi perfeita: 1 a 0 sobre o Novo Hamburgo no Mangueirão. As derrotas para Ipatinga e América, ambas fora de casa, colocaram o Leão contra a parede. Mas, empurrado pela torcida, o time reagiu com vitória por 2 a 0 sobre o América e um empate dramático por 2 a 2 com o Ipatinga, mantendo viva a chance de acesso e título.>
No decisivo 20 de novembro de 2005, o Remo entrou em campo carregando não apenas a obrigação de subir, mas também a oportunidade de ser campeão brasileiro pela primeira vez. Capitão e Maurílio marcaram, o Leão venceu por 2 a 1, garantiu o retorno à Série B e ficou à espera do resultado entre América e Ipatinga. Cinco minutos depois do apito final no Sul, veio a confirmação: o empate persistiu em Minas. O Remo era campeão da Série C.>
Belém explodiu. No aeroporto, uma multidão recebeu a delegação em clima de êxtase. Os jogadores desfilaram em carro do Corpo de Bombeiros, transformando a cidade em um mar azul. Com mais de 34 mil pessoas de média nos estádios, a torcida consolidou o apelido que ecoa até hoje: Fenômeno Azul. E o Clube do Remo eternizou seu primeiro título nacional.>