João do Pulo, meio século depois: do recorde mundial ao legado eterno

O resultado, obtido na altitude mexicana, espantou especialistas e adversários

Publicado em 15 de outubro de 2025 às 15:40

Mesmo sem alcançar novamente o salto mágico de 1975, colecionou títulos e medalhas, entre eles o bronze olímpico em Montreal (1976)
Mesmo sem alcançar novamente o salto mágico de 1975, colecionou títulos e medalhas, entre eles o bronze olímpico em Montreal (1976) Crédito: Reprodução / X

Há meio século, o Brasil testemunhava um feito que mudaria sua relação com o atletismo. Em 15 de outubro de 1975, nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, João Carlos de Oliveira, o lendário João do Pulo, saltava 17,89 metros e quebrava o recorde mundial do salto triplo. O cabo do Exército paulista transformou-se instantaneamente em símbolo de talento e superação, levando o país ao topo do esporte mundial.

O resultado, obtido na altitude mexicana, espantou especialistas e adversários. João não apenas quebrou o recorde do soviético Vladimir Swanesev, mas o destruiu, ampliando a marca em 45 centímetros — uma diferença rara para a época. A façanha o transformou em ídolo nacional, e o atleta passou a ser saudado como um herói que provava que o Brasil também podia brilhar fora dos gramados.

Filho de Pindamonhangaba, criado com dificuldades e órfão de mãe desde cedo, João encontrou no esporte a chance de mudar o destino. Começou no atletismo quase por acaso, em uma disputa escolar, e em poucos anos já representava o país com destaque.

Mesmo sem alcançar novamente o salto mágico de 1975, colecionou títulos e medalhas, entre eles o bronze olímpico em Montreal (1976). Sua trajetória, marcada por glória e tragédia — que culminou na amputação de uma perna após um acidente —, consolidou para sempre a imagem de João do Pulo como um dos maiores nomes do esporte brasileiro.