Lima entra em estado de emergência a pouco mais de um mês da final da Libertadores

Medida do presidente José Jerí tenta conter onda de violência e protestos na capital peruana; Conmebol ainda não se pronunciou sobre possível mudança de sede.

Publicado em 23 de outubro de 2025 às 07:43

Final está marcada para o estádio Monumental de Lima - 
Final está marcada para o estádio Monumental de Lima -  Crédito: Olavo Guerra/Corinthians

A capital do Peru, Lima, entrou em estado de emergência nesta quarta-feira (22). A decisão foi anunciada pelo presidente José Jerí para conter a escalada da criminalidade e os protestos que tomam as ruas da cidade há mais de um mês. O decreto tem duração de 30 dias e termina dias antes da final da Copa Libertadores, marcada para 29 de novembro, no Estádio Monumental de Lima.

A Conmebol ainda não se pronunciou oficialmente sobre o impacto da medida na realização da partida. Em 2019, a entidade precisou alterar o local da final entre Flamengo e River Plate, que estava marcada para Santiago, no Chile, e foi transferida para Lima após fortes protestos no país vizinho.

As manifestações atuais no Peru ganharam força após a morte do rapper Trvko, na última quarta-feira (15), durante um ato que cobrava medidas contra a violência. Os protestos também exigem o fechamento do Congresso, a convocação de uma assembleia constituinte e a saída do presidente interino José Jerí.

Jerí assumiu o poder em 10 de outubro, após o impeachment da presidente Dina Boluarte, acusada de “incapacidade moral” e envolvimento em casos de corrupção, incluindo o chamado Rolexgate, que investiga uma coleção de relógios de luxo não declarados. Dina foi afastada de forma unânime pelos 122 deputados peruanos.

As manifestações começaram ainda durante o governo de Boluarte, em setembro, após a proposta de uma reforma no sistema de aposentadorias que obrigaria todos os cidadãos com mais de 18 anos a aderirem a um provedor de pensão. O novo presidente afirmou que defenderá a soberania do país e garantiu que entregará o poder ao vencedor das eleições marcadas para abril de 2026.