MP investiga possível irregularidade em repasses do Banpará ao Paysandu

Promotora solicita documentos ao Paysandu e ao Banpará após denúncia de ex-dirigente sobre gestão temerária e falta de transparência entre 2021 e 2025.

Publicado em 5 de novembro de 2025 às 08:56

Papão tem até 15 dias para apresentar informações detalhadas - 
Papão tem até 15 dias para apresentar informações detalhadas -  Crédito: Jorge Luís Totti/Paysandu

O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) abriu uma investigação preliminar para apurar suspeitas de irregularidades administrativas e possíveis repasses financeiros realizados pelo Banco do Estado do Pará (Banpará) ao Paysandu Sport Club. A decisão consta em despacho assinado no dia 4 de novembro de 2025 pela promotora Helena Maria Oliveira Muniz Gomes.

A promotora determinou o envio de dois ofícios. O primeiro será encaminhado ao Paysandu, que deverá apresentar, no prazo de 15 dias, informações detalhadas sobre os pontos citados na denúncia. O segundo será enviado ao Banpará, solicitando que o banco confirme se houve repasses ao clube entre 2021 e 2025 e, caso positivo, encaminhe cópias dos contratos ou documentos oficiais que formalizaram as transações.

Os ofícios deverão ser acompanhados de cópia integral da Notícia de Fato, além de todas as manifestações já juntadas ao processo. A apuração está na fase inicial e busca reunir elementos que poderão embasar a abertura de um eventual inquérito civil.

A denúncia foi apresentada pelo empresário e ex-diretor bicolor Fred Carvalho, que acusou a antiga gestão do clube, comandada por Maurício Ettinger, de gestão temerária e falta de transparência no uso de recursos de patrocínio. Segundo ele, o Paysandu não teria publicado as prestações de contas referentes aos exercícios de 2021 a 2024, descumprindo exigências da Lei Pelé e da Nova Lei Geral do Esporte, que determinam auditoria independente e divulgação pública das demonstrações financeiras.

Fred também afirmou que “famílias tradicionais” exercem forte influência na política interna e nas finanças do clube, e que o uso de “cabritos” — votos supostamente irregulares de associados — seria uma prática recorrente nas eleições internas do Paysandu.

O Roma News entrou em contato com o Banpará e com o Paysandu. A reportagem aguarda um retorno.