Publicado em 15 de dezembro de 2025 às 18:11
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pode até não admitir publicamente, mas uma das decisões mais acertadas da temporada surgiu quase por acaso. A mudança no calendário da Copa do Brasil, empurrando as fases decisivas do mata-mata para depois do encerramento do Campeonato Brasileiro, trouxe um ganho evidente para o futebol nacional e para o torcedor.>
A alteração não nasceu exatamente de um planejamento de longo prazo, mas de uma necessidade concreta. A CBF precisou reorganizar o calendário para evitar conflitos com competições internacionais no fim do ano, especialmente a Copa Intercontinental da FIFA. A solução encontrada foi antecipar o término do Brasileirão e deslocar as fases decisivas da Copa do Brasil para depois, em uma mudança que, mesmo motivada por circunstâncias externas, acabou trazendo efeitos positivos ao calendário nacional.>
Com o Brasileirão encerrado, o futebol brasileiro tradicionalmente entra em um período de marasmo. Fins de semana sem jogos relevantes, noticiário esvaziado e torcedores órfãos de bola rolando. Ao levar os confrontos decisivos da Copa do Brasil para esse período, a CBF conseguiu manter o interesse do público, garantir audiência e dar sobrevida ao calendário nacional em um momento que antes era marcado pelo vazio.>
Além disso, o novo arranjo deu um peso ainda maior à Copa do Brasil. Com atenção exclusiva do torcedor e da mídia, o torneio ganhou protagonismo, clima de decisão e narrativa própria, sem disputar espaço com rodadas decisivas do Brasileirão. O mata-mata, por natureza emocionante, passou a ocupar um palco mais adequado.>
A experiência bem-sucedida, no entanto, levanta uma questão inevitável: a mudança no calendário do Campeonato Brasileiro, prevista para começar a partir de 2026, seguirá o mesmo caminho? A promessa de um calendário mais racional, com menos sobreposição de competições e mais datas livres, soa bem no papel. Mas o histórico da CBF recomenda cautela.>
Se a entidade conseguir aprender com o acerto da Copa do Brasil, e aplicar esse raciocínio ao Brasileirão, o futebol brasileiro tem tudo para ganhar em organização, qualidade técnica e engajamento do público. Caso contrário, corre-se o risco de voltar a um modelo desgastado, que sacrifica clubes, jogadores e torcedores.>