Publicado em 21 de novembro de 2025 às 09:40
A poucos dias da partida que encerra a campanha do Remo na Série B, Panagiotis Tachtsidis fala com a firmeza de quem viveu grande estágio do futebol mundial. O meio-campista experiente, que acumula passagens por ligas europeias e disputas de alto nível, afirma que nunca encarou um desafio como o deste domingo (23), não apenas pela dimensão esportiva, mas pela carga emocional que envolve clube, elenco e torcida.>
A equipe azulina chega à rodada final precisando vencer o Goiás no Baenão e acompanhar outros dois resultados para manter viva a chance de voltar à elite, um cenário que, embora complexo, não abala o jogador. “Minha confiança é de 100%”, garantiu. Para ele, a combinação entre ambiente interno e mobilização externa é determinante para acreditar na virada na tabela.>
Pressão, tropeços recentes e o impacto emocional>
Tachtsidis reconheceu que os últimos dois jogos alteraram o clima da campanha. Ele explicou que a atuação diante do Havaí mudou completamente após o pênalti sofrido, lance que desestabilizou um time que vinha controlando a partida. Para o grego, parte desse impacto passa pela falta de experiência de alguns atletas em jogos decisivos, aspecto que, segundo ele, tem sido trabalhado internamente com diálogo, apoio e presença dos jogadores mais experientes.>
A turbulência recente, somada aos acontecimentos dentro e fora de campo, deixou o grupo abatido, mas não dividido. O camisa 8 afirmou que, apesar da pressão externa e da frustração por perderem uma oportunidade que estava “nas mãos do clube”, o elenco se fechou ainda mais. “Somos uma família”, definiu. Segundo ele, a coesão do grupo será um dos fatores que determinará o rendimento na última rodada.>
Experiência de carreira e papel de liderança>
Acostumado a decisões, Tachtsidis relembrou momentos parecidos que viveu na Itália, quando sua equipe dependia de resultados paralelos para chegar à Liga Europa. A situação, segundo ele, é semelhante à atual: “Você faz o seu trabalho e depois espera. Futebol é assim.”>
Sobre sua função no elenco, ele destacou que atletas com mais rodagem, como ele, Marcelo Rangel e Caio Vinícius, atuam para manter o equilíbrio do grupo, especialmente entre os mais jovens. O papel, diz ele, não se resume a comandar dentro de campo, mas também a orientar no mental, no foco e na preparação emocional para um jogo que pode marcar a história do clube.>
Adaptação ao Brasil e trajetória até a decisão>
Em sua primeira experiência no futebol sul-americano, o grego revisitou o percurso que vive desde sua chegada. Ele contou que aceitou vestir a camisa azulina porque acreditou, desde o início, no projeto de acesso. Entretanto, uma lesão logo após estrear atrasou sua evolução física e reduziu sua sequência, algo que, segundo ele, interferiu na pontuação acumulada no meio da competição.>
Ainda assim, Tachtsidis afirma que a crença no potencial do clube nunca mudou. Ele diz enxergar no Remo a chance de conquistar um dos títulos mais marcantes da carreira, não pela taça em si, mas pela dimensão simbólica de recolocar o time na elite após mais de três décadas. “Seria algo que ninguém esperava no início do ano”, comentou.>
Torcida e clima para a decisão>
Com ingressos esgotados e expectativa crescente, o jogador fez questão de valorizar o papel da torcida azulina. Para ele, o ambiente que se formará no Mangueirão neste domingo será um impulso determinante para a equipe.>
“Se os torcedores estão loucos por esse jogo, imagine nós”, afirmou, reforçando que o time se prepara como se essa fosse a partida mais importante da temporada e, talvez, da década.>
O Remo chega à reta final entre confiança, pressão e esperança, e Tachtsidis resume a atmosfera com a convicção de quem acredita no destino azulino: “Vamos lutar até o fim. E eu tenho certeza de que algo grande pode acontecer.”>