Paysandu restringe comentários nas redes sociais em meio à crise institucional e financeira

Clube bicolor passou a limitar interações em publicações sensíveis após renúncia de presidente e aumento de ações trabalhistas.

Publicado em 26 de dezembro de 2025 às 11:54

Papão bloqueou os comentários em postagens institucionais nas redes sociais - 
Papão bloqueou os comentários em postagens institucionais nas redes sociais -  Crédito: Jorge Luís Totti/Paysandu

O Paysandu Sport Club adotou uma postura mais rígida em sua comunicação digital e passou a limitar a participação dos torcedores nas redes sociais oficiais em meio a um dos momentos mais delicados de sua história recente. A mudança ficou evidente após o anúncio da renúncia de Roger Aguilera à presidência, quando o clube optou por desativar os comentários na publicação que comunicou a decisão.

Na sequência, o Papão chegou a reabrir as interações em um conteúdo relacionado aos treinamentos do elenco, mas voltou a bloquear os comentários ao divulgar a coletiva de imprensa do novo presidente, Márcio Tuma. A alternância reforçou a percepção de que o clube passou a adotar um critério seletivo, restringindo a participação do público em postagens consideradas mais sensíveis.

Fora das redes sociais, o cenário também é de forte instabilidade. Nas últimas semanas, o Paysandu passou a enfrentar uma série de ações trabalhistas movidas por jogadores, ex-atletas e profissionais que prestaram serviços ao clube. Apenas em 2025, já são 16 processos em tramitação, com valores que, somados, ultrapassam a marca de R$ 17 milhões.

Esse ambiente de pressão ajuda a explicar o cuidado redobrado na comunicação institucional. A saída de Roger Aguilera, formalizada após um período de intensas cobranças internas e externas, encerrou uma gestão marcada por dificuldades financeiras, passivos judiciais e desgaste junto à torcida.

Com a renúncia, Márcio Tuma assumiu a presidência para cumprir o mandato até o fim de 2026. A mudança no comando, porém, não foi suficiente para reduzir o clima de insatisfação entre os torcedores, especialmente nas redes sociais, que se consolidaram como um dos principais espaços de manifestação do descontentamento bicolor.

O bloqueio dos comentários em determinadas publicações indica uma estratégia do clube para tentar controlar a repercussão de decisões institucionais em meio à crise, priorizando cautela na divulgação de informações que possam gerar reações mais intensas do público.