Publicado em 24 de junho de 2025 às 14:38
Uma organização criminosa responsável por um sofisticado esquema de fraude financeira, envolvendo a falsificação de documentos de jogadores de futebol, foi alvo de uma operação policial nesta terça-feira (24). A ação, batizada de “Falso 9”, foi deflagrada pela Polícia Civil do Paraná (PCPR) com o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública.>
Segundo as investigações, o grupo criminoso forjava documentos de atletas de renome para abrir contas bancárias em nome deles, sem o consentimento das vítimas. Depois, realizava o pedido de portabilidade dos salários, ou seja, direcionava os pagamentos mensais dos clubes diretamente para essas contas falsas, sob o controle dos golpistas.>
Entre os prejudicados estão o atacante Gabriel Barbosa, o Gabigol, atualmente no Cruzeiro, e o zagueiro argentino Walter Kannemann, do Grêmio. No caso de Gabigol, os criminosos conseguiram desviar cerca de R$ 938 mil em salários. No total, a quadrilha teria movimentado mais de R$ 1,2 milhão com a fraude.>
Operação em quatro estados>
Para desarticular o esquema, a Polícia Civil cumpriu dois mandados de prisão temporária e cinco de busca e apreensão em Curitiba e Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana da capital paranaense. Paralelamente, as forças de segurança também atuaram em Rondônia, Mato Grosso e Amazonas, cumprindo mandados nas cidades de Porto Velho, Cuiabá e Lábrea.>
A polícia identificou que parte do dinheiro desviado beneficiou pessoas e contas bancárias em Porto Velho e Cuiabá. A estratégia dos golpistas incluía a realização rápida de saques, compras e transferências assim que os valores caíam nas contas fraudulentas, dificultando o rastreamento do dinheiro. Até o momento, cerca de R$ 135 mil foram recuperados.>
Como a fraude foi descoberta>
A ação dos criminosos chamou atenção das instituições financeiras, que detectaram inconsistências nas movimentações e acionaram as autoridades. As investigações revelaram que o grupo se organizava para obter dados pessoais dos jogadores e falsificar documentos como RG, CPF e comprovantes de endereço, abrindo as contas com aparência legítima.>
Crimes e penalidades>
Os integrantes da quadrilha podem ser responsabilizados por crimes de estelionato eletrônico, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As penas para esses crimes podem ultrapassar 10 anos de prisão, dependendo do grau de participação de cada envolvido.>
Gabigol, Kannemann e outros possíveis atletas prejudicados ainda não se manifestaram publicamente sobre o caso. A Polícia Civil segue com as investigações para apurar o envolvimento de outros suspeitos e o destino dos valores desviados.>