Torcida do Remo protesta contra diretoria e cobra saída de António Oliveira

A paciência do Fenômeno Azul parece ter chegado ao limite. Na madrugada deste domingo (31), torcedores do Remo estenderam faixas de protesto em frente à sede social do clube, na avenida Nazaré, em Belém. As mensagens, duras e diretas, tinham dizeres como “Acabou a paciência”, “Muito dinheiro e pouco futebol” e “Fora português burro”, deixando claro o descontentamento com a diretoria e, principalmente, com o técnico António Oliveira.

O estopim veio com a sequência negativa da equipe na Série B. O Remo venceu apenas uma das últimas seis partidas, justamente contra o América-MG fora de casa. Jogando no Mangueirão, o desempenho tem irritado ainda mais a torcida: são três jogos seguidos sem vitória, incluindo a derrota para o Criciúma na rodada passada. A campanha geral também reflete a instabilidade — 8 vitórias, 11 empates e 5 derrotas — números que afastam o Leão Azul da briga pelo acesso.

Nos bastidores, a pressão por mudanças esbarra em dois pontos centrais. O primeiro é o alto valor da multa rescisória de António Oliveira, que ultrapassaria R$ 1 milhão em caso de demissão. O segundo envolve uma disputa de poder dentro do clube: a diretoria executiva demonstra insatisfação com o trabalho do treinador, mas enfrenta resistência do diretor de futebol Marcos Braz, que segue firme na defesa da permanência do técnico português.

A crise política deve ganhar novos capítulos nos próximos dias. Na segunda-feira (1º), Marcos Braz participará de uma reunião com o Conselho Deliberativo do Remo para discutir a atual situação do futebol do clube. A expectativa é de um debate acalorado, já que, além da pressão das arquibancadas, cresce também a cobrança interna por respostas e soluções para o momento instável vivido pelo Leão Azul.