Publicado em 17 de dezembro de 2025 às 11:17
A Polícia de Nova Gales do Sul formalizou nesta quarta-feira (17), a acusação contra o australiano Naveed Akram, de 24 anos, sobrevivente do atentado terrorista ocorrido no último domingo (14), na praia de Bondi, em Sydney. Segundo as autoridades, ele vai responder por 59 crimes, entre eles atos de terrorismo e múltiplos homicídios, após um ataque que resultou na morte de 15 pessoas e deixou dezenas de feridos.>
Ferido durante a intervenção policial no local, Akram permaneceu em coma por cerca de 48 horas e recuperou a consciência na terça-feira (16). Com a melhora do quadro clínico, a polícia deu andamento ao processo criminal e apresentou a extensa lista de acusações, que inclui 15 homicídios, 40 crimes de lesão corporal dolosa, tentativa de explosão de um artefato em um prédio, disparos com intenção de causar danos graves e exibição pública de símbolos ligados ao terrorismo.>
O ataque ocorreu durante a celebração do Hanukkah, festival judaico, e foi executado em conjunto com o pai do acusado, Reuven Morrison, de 62 anos, imigrante indiano que chegou à Austrália em 1998. Ele morreu ainda no local do atentado. Naveed, por sua vez, nasceu em território australiano e sobreviveu após ser contido pelas forças de segurança.>
De acordo com as investigações, pai e filho agiram motivados por uma ideologia associada ao Estado Islâmico. A polícia afirma que a escolha do local e da data do ataque reforça o caráter extremista da ação, tratada oficialmente como terrorismo. Pela legislação australiana, crimes dessa natureza, assim como os homicídios, podem resultar em prisão perpétua sem direito à liberdade condicional.>
As autoridades revelaram ainda que Naveed Akram já havia sido monitorado pela Organização Australiana de Inteligência de Segurança (ASIO) desde outubro de 2019, por suspeita de envolvimento com uma célula extremista. Na época, no entanto, não houve confirmação suficiente que justificasse uma prisão preventiva.>
Enquanto a investigação avança, o país vive dias de comoção. Os enterros das 15 vítimas começaram na terça-feira (16), e seguem até esta quarta (17), em meio a homenagens e manifestações de luto. O atentado reacendeu o debate sobre radicalização, falhas na prevenção e os desafios enfrentados pelas autoridades australianas no combate ao extremismo violento.>