Chuvas intensas voltam a provocar alagamentos e transtornos em Dubai e Sharjah

Mau tempo paralisa vias, afeta voos e expõe desafios estruturais de drenagem nos Emirados Árabes Unidos, mesmo após investimentos bilionários.

Publicado em 20 de dezembro de 2025 às 08:54

Chuvas intensas voltam a provocar alagamentos e transtornos em Dubai e Sharjah
Chuvas intensas voltam a provocar alagamentos e transtornos em Dubai e Sharjah Crédito: Reprodução/Redes Sociais

Fortes chuvas atingiram os Emirados Árabes Unidos nesta sexta-feira (19), e causaram uma série de transtornos em cidades como Dubai e Sharjah. Ruas ficaram submersas, o trânsito entrou em colapso em diversos pontos e moradores enfrentaram dificuldades para circular. Imagens que divulgadas nas redes sociais mostram veículos ilhados e tentativas arriscadas de atravessar avenidas completamente alagadas.

O impacto do mau tempo também chegou ao transporte aéreo. O Aeroporto Internacional de Dubai emitiu alertas para atrasos e cancelamentos de voos em razão das condições climáticas adversas, orientando passageiros a acompanhar atualizações antes de se deslocarem ao terminal.

Diante do cenário, autoridades recomendaram a adoção do trabalho remoto no setor privado nas áreas mais afetadas e determinaram a suspensão de eventos comunitários em Abu Dhabi, como forma de reduzir deslocamentos e riscos à população.

Apesar de estar localizada em uma região desértica, Dubai enfrenta problemas recorrentes com enchentes. Especialistas apontam que o crescimento acelerado da cidade, planejado em um contexto de baixa precipitação anual, em torno de 100 milímetros, priorizou grandes obras urbanas e projetos imobiliários, deixando em segundo plano uma rede ampla e eficiente de drenagem pluvial. Como resultado, a água da chuva tende a se acumular rapidamente em vias e áreas mais baixas.

Após as enchentes severas registradas em 2024, o governo local anunciou o projeto Tasreef, um plano bilionário que prevê a construção de túneis, canais e barragens para direcionar a água excedente ao mar. No entanto, até dezembro de 2025, parte dessas obras ainda está em andamento ou não foi suficiente para evitar alagamentos durante episódios de chuva moderada a intensa.