Publicado em 30 de junho de 2025 às 10:44
O papa Leão XIV criticou nesta segunda-feira (30) o uso da fome como arma de guerra, em mensagem na 44ª conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que ocorre em Roma.>
“Estamos assistindo com desespero ao uso iníquo da fome como arma de guerra. Matar pessoas à fome é uma forma muito barata de fazer guerra”, afirmou o pontífice norte-americano.>
Na mensagem, o papa não se referiu especificamente à situação em Gaza ou à guerra entre Israel e o Hamas.>
Leão XIV acrescentou que a Igreja Católica apoia “todas as iniciativas para pôr fim à indignação da fome no mundo” e citou o impacto do conflito na segurança alimentar.>
“Hoje, quando a maioria dos conflitos não é travada por exércitos regulares, mas por grupos de civis armados com poucos recursos, queimando terras e roubando gado, bloquear a ajuda humanitária é uma tática cada vez mais utilizada por aqueles que procuram controlar populações inteiras desarmadas”, afirmou.>
“Assim, nesse tipo de conflito, os primeiros alvos militares tornam-se as redes de abastecimento de água e as vias de comunicação. Os agricultores são incapazes de vender os seus produtos em ambientes ameaçados pela violência, e a inflação dispara”, disse Leão XIV.>
Para ele, essa situação faz com que um grande número de pessoas sucumba ao flagelo da fome e morra, “com a circunstância agravante de que, enquanto os civis definham na miséria, os líderes políticos enriquecem com os lucros do conflito”.>
“As crises políticas, os conflitos armados e a turbulência econômica desempenham papel central no agravamento da crise alimentar, dificultando a ajuda humanitária e comprometendo a produção agrícola local, negando assim não só o acesso aos alimentos, mas também o direito a uma vida digna e com oportunidades”, frisou.>
Segundo o pontífice, será um “erro fatal não curar as feridas e as fraturas causadas por anos de egoísmo e superficialidade”.>
Da mesma forma, prosseguiu, sem paz e estabilidade, “não será possível garantir sistemas agrícolas e alimentares resilientes, nem assegurar um abastecimento alimentar saudável, acessível e sustentável para todos”.>