Hamas rejeita presença internacional em Gaza antes de votação na ONU

Grupo afirma que proposta apoiada pelos EUA impõe tutela externa e ameaça a soberania palestina

Publicado em 17 de novembro de 2025 às 14:49

Grupo afirma que proposta apoiada pelos EUA impõe tutela externa e ameaça a soberania palestina
Grupo afirma que proposta apoiada pelos EUA impõe tutela externa e ameaça a soberania palestina Crédito: Reprodução

O Hamas declarou nesta segunda-feira (17) que rejeita a criação de uma força internacional para atuar na Faixa de Gaza, criticando o projeto de resolução que seria votado no Conselho de Segurança da ONU e que integra um novo plano de paz para o território.

Em comunicado, o grupo que controla Gaza afirmou que as facções palestinas veem “graves riscos” na proposta liderada pelos Estados Unidos, que prevê o envio de uma força internacional temporária e a formação de um governo de transição. Segundo o Hamas, a iniciativa representa “uma tentativa de impor tutela internacional sobre Gaza e promover uma visão enviesada em favor da ocupação”.

A votação estava prevista para ocorrer ainda nesta segunda-feira. O projeto de resolução, apoiado por nove países, Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Indonésia, Paquistão, Jordânia, Turquia e EUA  é apresentado pelos norte-americanos como um caminho para a autodeterminação palestina e para a criação de um Estado próprio. A proposta integra o plano de paz impulsionado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para estabelecer um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas.

Para o grupo palestino, porém, o texto “abre espaço para a dominação externa”, ao transferir a administração e a reconstrução de Gaza para uma entidade internacional com amplos poderes. O Hamas defende que qualquer esforço humanitário deve ser conduzido por instituições palestinas, sob supervisão da ONU e de organismos internacionais, preservando a autonomia local.

O movimento também reiterou que rejeita qualquer cláusula que trate do desarmamento na Faixa de Gaza ou que limite o que considera ser o direito do povo palestino à resistência. Em nota, o grupo reforçou que não aceitará tutela estrangeira, presença militar internacional ou instalação de bases externas no território, por considerar essas medidas uma violação direta da soberania palestina.

O Hamas voltou ainda a pedir mecanismos internacionais que monitorem e responsabilizem Israel pelas violações cometidas na região.