Incêndio em complexo residencial de Hong Kong se torna a maior tragédia da cidade e deixa 128 mortos

Fogo que consumiu parte do conjunto Wang Fuk Court por 43 horas expõe falhas graves de segurança.

Publicado em 28 de novembro de 2025 às 09:25

Incêndio em complexo residencial de Hong Kong se torna a maior tragédia da cidade e deixa 128 mortos
Incêndio em complexo residencial de Hong Kong se torna a maior tragédia da cidade e deixa 128 mortos Crédito: Reprodução/Redes Sociais

O gigantesco incêndio que devastou o conjunto habitacional Wang Fuk Court, em Hong Kong, foi oficialmente controlado na manhã desta sexta-feira (28), após quase dois dias de trabalho ininterrupto das equipes de emergência. A tragédia já é considerada o episódio mais letal da história da cidade, superando o incêndio do edifício Garley, que matou 41 pessoas em 1996.

A confirmação de que as chamas foram extintas ocorreu às 10h28 no horário local, 23h18 de quinta-feira no Brasil. A atualização mais recente aponta 128 mortos, 79 pessoas hospitalizadas e cerca de 200 desaparecidos, segundo informações do jornal South China Morning Post. Apesar do fim do fogo, bombeiros continuam atuando nos escombros em busca de sobreviventes.

Localizado no distrito de Tai Po, o complexo abriga aproximadamente 4 mil moradores distribuídos em oito torres, das quais sete foram atingidas. O cenário no entorno evidencia o rastro de destruição e a complexidade da operação, marcada por acessos dificultados e riscos estruturais.

Material inflamável acelerou propagação das chamas

O conjunto estava em reforma desde julho de 2024, recoberto por andaimes de bambu e uma extensa malha de proteção verde. Segundo as investigações, parte dos materiais usados na obra era altamente inflamável, o que teria contribuído para que o fogo se espalhasse rapidamente pelos prédios.

A Polícia de Hong Kong afirmou ter encontrado isopor inflamável instalado nas janelas dos elevadores, além de lonas e telas de proteção fora dos padrões de segurança. A superintendente Eileen Chung classificou a conduta da empresa responsável pela reforma como “grave negligência”, ressaltando que falhas no processo teriam permitido que as chamas “ganhassem proporções incontroláveis”.

Cinco presos e apuração ampliada

Até o momento, cinco pessoas foram detidas por homicídio culposo, todos diretores ou funcionários da construtora contratada para a reforma. O governo local afirma que a investigação seguirá ampliada para apurar responsabilidades civis e criminais.

Assistência a moradores e realocação emergencial

Diante da destruição, a secretária de Habitação, Winnie Ho Wing-yin, anunciou que o governo prepara uma operação de acolhimento aos desabrigados. Entre as medidas, estão a disponibilização de mais de 1.400 unidades habitacionais temporárias ou de transição em diferentes bairros da cidade.