Justiça absolve jovem acusado de planejar assassinatos inspirado em série

Polícia encontrou caderno com “lista de mortes”, covas abertas e uma “sala da morte”.

Publicado em 21 de agosto de 2025 às 14:45

Justiça absolve jovem acusado de planejar assassinatos inspirado em série
Justiça absolve jovem acusado de planejar assassinatos inspirado em série Crédito: Reprodução/Polícia do Vale do Tâmisa

Um caso inusitado chocou a pequena vila de Hamstead Marshall, na Inglaterra, no início deste ano. Jacob Power, de 22 anos, foi acusado de preparar assassinatos em série após a polícia descobrir, em fevereiro, um caderno com a inscrição "LISTA DE MORTES" na capa, além de duas covas abertas e um espaço que ele chamava de "sala da morte".

A investigação revelou ainda facas, algemas, sacos para cadáveres e lonas plásticas, além de anotações nas quais o jovem escrevia: "Quero ser um assassino em série. Preciso ter certeza de que está sendo feito corretamente para poder fazer isso de novo e de novo".

Apesar do material coletado, o júri de Reading decidiu absolver Power da acusação mais grave, de arrombamento qualificado. O britânico admitiu apenas crimes de menor gravidade, como invasão, danos materiais e posse de maconha.

Brecha legal em destaque

Especialistas apontam que o episódio revela um vazio jurídico no Reino Unido. Segundo Jessie Blackbourn, professora de Direito da Universidade de Durham, enquanto planos ligados a terrorismo podem ser punidos mesmo na fase de preparação, o mesmo não se aplica a projetos de assassinatos múltiplos.

“O mero ato de preparação, desde que esteja vinculado a uma mentalidade terrorista, pode ser processado. Já na tentativa de homicídio, as ações precisam ser mais do que meramente preparatórias”, explicou.

Alvo já estava definido

As investigações mostraram que Jacob havia escolhido como primeira vítima uma família proprietária de um pub local. Ele chegou a invadir o estabelecimento três vezes, em novembro, vestido de preto e armado com faca. Nas ocasiões, o local estava vazio.

Em depoimento, o jovem alegou que nunca teve a intenção de atacar pessoas e que seus atos não passavam de uma “fantasia”.