Musk diz que Trump é mencionado em documentos sobre Epstein, condenado por abuso de menores e pede impeachment

Em fevereiro, a Procuradora-Geral Pam Bondi anunciou a divulgação da "primeira fase" dos documentos secretos de Epstein, embora grande parte das informações já fossem de conhecimento público.

Estadão Conteúdo

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Publicado em 5 de junho de 2025 às 22:05

(Donald Trump, presidente dos Estados Unidos e o bilionário, Elon Musk)
(Donald Trump, presidente dos Estados Unidos e o bilionário, Elon Musk) Crédito: Redes Sociais/Instagram 

Em meio à sua briga pública online com Donald Trump nesta quinta-feira (5) Elon Musk afirmou que documentos ligados à investigação do condenado por abuso sexual de menores Jeffrey Epstein não foram divulgados porque mencionam o presidente.

"Hora de soltar a bomba de verdade: @realDonaldTrump está nos arquivos de Epstein. Esse é o verdadeiro motivo pelo qual eles não foram tornados públicos. Tenha um bom dia, DJT", escreveu Musk no X.

"Marque esta publicação para o futuro", acrescentou ele em outra publicação. "A verdade virá à tona."

Musk, que tem um histórico de fazer e amplificar alegações falsas, não apresentou evidências para sua acusação. A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Em fevereiro, a Procuradora-Geral Pam Bondi anunciou a divulgação da "primeira fase" dos documentos secretos de Epstein, embora grande parte das informações já fossem de conhecimento público. Epstein morreu em 2019 na prisão.

Arquivos ligados à investigação surgiram como um ponto de fixação para Trump, seus aliados e figuras da mídia de direita. Eles especularam, sem provas, que autoridades do governo participaram de um acobertamento para proteger conhecidos de Epstein, que, segundo eles, podem ter participado de seus crimes

Musk tem suas próprias conexões com o criminoso sexual condenado Ele foi fotografado em uma festa em 2014 com Ghislaine Maxwell, uma das associadas de longa data de Epstein e ex-namorada que foi condenada em 2021 sob a acusação de ter auxiliado Epstein em suas atividades de tráfico sexual. Essa imagem circulou amplamente online. Em 2018, Epstein disse a um repórter do Times que estava aconselhando Musk, embora ele tenha negado isso na época.

Com as acusações de Musk, os democratas da Câmara já começaram a se mobilizar para requisitar a divulgação imediata dos arquivos de Epstein. "Eu pedi a divulgação completa dos Arquivos de Epstein há um mês por causa da minha suspeita de que a Procuradora-Geral Pam Bondi estava ocultando os arquivos para proteger Donald Trump", escreveu o deputado Dan Goldman, democrata de Nova York, no X. "Agora minha suspeita foi confirmada."

As publicações de Musk são resultados de uma briga aberta entre ele e o presidente, que já o chamou de "first buddy", nas redes sociais, que começou com críticas a um projeto de lei de cortes de impostos. Trump disse estar desapontado com seu ex-conselheiro pelas críticas, que respondeu chamando-o de ingrato. O republicano então escalou ameaçando cortar os contratos federais com as empresas de Musk.

As cerca de 200 páginas de documentos que Bondi divulgou em fevereiro continham poucas informações novas que apontassem para irregularidades cometidas por alguém que não fosse Epstein.

A maior parte dos documentos consistia em registros de voos dos aviões de Epstein - há muito tempo tornados públicos - e informações de contato de centenas de associados, além de breves descrições de itens encontrados em suas residências.

A divulgação foi anunciada como um gesto que inauguraria uma nova era de transparência no Departamento de Justiça. Porém, a alardeada primeira divulgação de documentos, que Bondi apresentou como "notícia de última hora" em uma aparição na Fox News, pareceu ser principalmente um teatro político.

Sua confusa divulgação, que durou um dia inteiro, gerou até mesmo algumas novas teorias da conspiração entre alguns partidários de Trump, que veem a investigação de Epstein como uma fonte para outras conspirações. Musk chegou a pedir impeachment de Trump na sua rede social.

“Sim”, respondeu o empresário a uma publicação que dizia que o atual chefe de Estado “deveria ser impeachmado e substituído por JD Vance”, o vice.