Polícia prende quatro suspeitos de envolvimento no assalto de 88 milhões de euros ao Louvre

Investigação detém dois homens e duas mulheres na região de Paris, mas vestígios apontam que os mandantes do audacioso furto cultural seguem foragidos.

Publicado em 26 de novembro de 2025 às 08:30

Museu do Louvre em Paris
Museu do Louvre em Paris Crédito: Reprodução/ Youtube

Quase seis semanas após o assalto que chocou o mundo e expôs fragilidades de segurança no museu mais visitado do planeta, autoridades francesas marcaram um novo capítulo na investigação, quatro pessoas foram detidas na manhã de terça-feira (25), por suspeita de participação no roubo, que levou ao desaparecimento de oito peças raras do século XIX, avaliadas em 88 milhões de euros. Apesar dos avanços, as joias seguem desaparecidas.

As detenções fazem parte da fase mais recente da operação desencadeada pela Brigada de Repressão ao Banditismo (BRB) da polícia judiciária de Paris, em conjunto com o Escritório Central de Luta contra o Tráfico de Bens Culturais (OCBC). A ação mobilizou várias delegacias e culminou na prisão de dois homens, de 38 e 39 anos, e duas mulheres, de 31 e 40, todos moradores da região metropolitana da capital. Além deles, outros cinco alvos já estavam presos, o que totaliza nove nomes suspeitos detidos desde o início das investigações.

Em nota, a procuradora de Paris, Laure Beccuau, informou que os detidos serão interrogados nas próximas horas, sob possível prorrogação da custódia por até 96 horas. Por enquanto, os investigadores não detalharam os motivos específicos que ligam os presos ao caso, alegando risco à apuração e à integridade das provas. O sigilo também vale para os dados que levaram aos mandados.

Entre os já presos anteriormente, está uma quadrilha de quatro indivíduos apontados como autores materiais do crime, dois teriam invadido a Galeria de Apolo em 19 de outubro, enquanto os outros dois aguardavam do lado externo em uma fuga planejada. Uma mulher de 38 anos, suspeita de cumplicidade, chegou a ser detida, mas acabou libertada sob controle judicial.

Na ação, os assaltantes usaram métodos ousados: entraram no museu em plena luz do dia, encapuzados, munidos de um elevador de carga e serras elétricas. O roubo durou menos de oito minutos, tempo suficiente para quebrar vitrines, recolher as peças raras e fugir com um scooter utilizado na fuga. As investidas deixaram vestígios de DNA na plataforma do elevador, em vidros quebrados e nas marcas do veículo, que foram cruciais para ligar suspeitos aos crimes.

Apesar das detenções, as preciosas joias ainda não foram localizadas, um dos maiores mistérios a envolver o roubo. Entre os itens está o diadema da imperatriz Eugénie, adornado com cerca de dois mil diamantes, considerado um dos tesouros mais valiosos do acervo do museu.

O caso reacendeu o debate sobre a segurança de museus e patrimônios culturais. Após o incidente, o Tribunal de Contas da França concluiu que o Louvre tinha priorizado “opções visuais e turísticas” em detrimento de vigilância efetiva. Em resposta, a direção do museu anunciou a instalação de um “posto avançado móvel da polícia nacional” e reforço na segurança, mas pediu a um ministro que evitasse transformar o espaço em ambiente militarizado.

Enquanto isso, investigadores afirmam que continuarão as diligências para localizar o resto da quadrilha e as joias desaparecidas, e alertam que, embora parte dos suspeitos esteja detida, o plano criminoso pode ter envolvimento de mandantes ainda não identificados.