Suprema Corte dos EUA autoriza Trump a retirar visto de mais de 500 mil imigrantes

Mais de meio milhão de imigrantes nos Estados Unidos estão com os dias contados no país. Isso porque a Suprema Corte americana autorizou, nesta sexta-feira (30), que o presidente Donald Trump cancele o status legal temporário (o famoso “TPS”) de cerca de 532 mil pessoas, entre elas venezuelanos, haitianos, cubanos e nicaraguenses.

Esses imigrantes estavam nos EUA legalmente, com permissão para viver e trabalhar graças a um benefício humanitário concedido durante o governo anterior, do democrata Joe Biden. Mas agora, com Trump de volta à presidência, a promessa é clara: endurecer a política migratória e rápido.

O que muda com a decisão?

Com a aprovação da Corte, o governo pode iniciar deportações a qualquer momento. O placar do julgamento não foi divulgado, mas sabe-se que duas juízas votaram contra a decisão. 

A medida anula uma suspensão anterior feita pela Justiça de Boston, que tentava impedir a deportação dos beneficiários do TPS.

Direitos congelados, vidas em risco

Os imigrantes afetados argumentaram na Justiça que correm risco real de deportação para países onde enfrentam crises humanitárias, perseguição e pobreza extrema. Muitos ainda estão com pedidos de asilo travados ou esperando regularização definitiva que agora não deve mais acontecer.

Trump e a guerra contra a imigração

O Departamento de Justiça defendeu a medida como uma forma de proteger as “políticas imigratórias aprovadas democraticamente”, e disse que a suspensão feita antes “desfez decisões importantes para o combate à imigração ilegal”.

Mas os críticos apontam que a ação atinge principalmente latino-americanos e caribenhos em situação vulnerável, além de aprofundar o clima de insegurança entre comunidades imigrantes nos EUA.

E agora?

Quem vive nos EUA com esse tipo de status temporário pode perder a permissão de trabalho e ser forçado a deixar o país, mesmo após anos trabalhando, pagando impostos e criando filhos em solo americano.

A medida também já gera preocupação entre defensores de direitos humanos e especialistas em política migratória, que alertam para uma possível onda de deportações em massa nas próximas semanas.