Trump anuncia fim das sanções à Síria após queda de Assad e formação de novo governo

Decisão foi revelada durante fórum na Arábia Saudita com empresários e líderes políticos; novo regime sírio é formado por ex-integrantes de grupos armados com histórico jihadista.

Publicado em 17 de maio de 2025 às 11:22

Trump participou de fórum na Arábia Saudita - 
Trump participou de fórum na Arábia Saudita -  Crédito: Redes sociais

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (16) que irá suspender as sanções econômicas impostas à Síria. O anúncio foi feito durante um fórum de investidores realizado em Riad, na Arábia Saudita, e contou com a presença do príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman. Segundo Trump, a decisão foi tomada após conversas com Salman e com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.

"Há um novo governo que, com sorte, conseguirá estabilizar o país e manter a paz. É isso que queremos ver na Síria", declarou Trump, fazendo referência à nova administração síria formada por ex-integrantes de grupos armados com histórico jihadista, que assumiu o poder após a queda do ex-ditador Bashar al-Assad. De forma descontraída, o republicano ainda brincou: “Ordenarei o fim das sanções à Síria. Ah, o que eu faço pelo príncipe herdeiro”.

A plateia do evento aplaudiu a declaração com entusiasmo. Entre os presentes estavam líderes empresariais globais como Elon Musk e executivos de gigantes como IBM, BlackRock, Citigroup, Palantir e Nvidia. Antes do anúncio, Trump e Salman assinaram acordos bilionários de parceria econômica, avaliados em cerca de US$ 600 bilhões (aproximadamente R$ 3,3 trilhões).

A medida ocorre em meio à primeira viagem oficial de Trump ao Oriente Médio — com exceção da ida ao Vaticano para o funeral do Papa Francisco —, que surpreendeu por não incluir Israel, principal aliado dos EUA na região. Analistas interpretaram a exclusão como um sinal de desconforto com a posição do premiê israelense Benjamin Netanyahu, que tem se recusado a assinar um acordo de paz na Faixa de Gaza.

O apoio ao novo regime sírio surge em um momento delicado nas relações entre Síria e Israel, especialmente após recentes ataques israelenses em território sírio, incluindo Damasco. As ofensivas foram motivadas por conflitos sectários envolvendo a população drusa, presente em ambos os países e no Líbano, e por suspeitas israelenses de que grupos islâmicos estariam sendo protegidos pelas autoridades sírias.