Publicado em 11 de agosto de 2023 às 15:43
Nesta sexta-feira, 11, a doutora em Microbiologia Agrícola e do Ambiente pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a parasitologista, Denise Leal dos Santos, fez um alerta sobre a existência de amebas comedoras de cérebro no Brasil.>
Apesar das mortes serem resguardadas comumente em outros países, alguns casos que ainda não foram notificados ao Ministério da Saúde podem estar acontecendo no Brasil. >
A parasitologista considera o alerta importante para que os brasileiros sejam conscientizados sobre os perigos da ameba, conhecida no meio científico como Naegleria fowleri, e também suas formas de contaminação, que em mais de 90% dos casos costumam ser fatais.>
CARACTERÍSTICAS DA AMEBAA Naegleria fowleri costuma viver no solo, e sua incidência ocorre em água doce, como rios, lagos, fontes termais, ou mesmo torneiras. Ao ter contato com o rosto humano, ela invade o corpo do hospedeiro por meio do nariz e viaja até o cérebro, onde destrói o tecido do órgão em até sete dias após o início dos sintomas, causando uma meningoencefalite amebiana primária (MAP).>
A taxa de mortalidade é altíssima, chegando a 97,4%, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC). Não há tratamento ou vacina para a doença, sendo utilizadas somente medicações antiparasitárias que não têm se mostrado muito eficazes.>
Ela é agressiva por causa da sua velocidade. Ela emite flagelos que facilitam o deslocamento, então ao entrar nas fossas nasais de forma muito rápida, ela ultrapassa a barreira hematoencefálica e se instala no cérebro causando a meningite. A pessoa começa a ter sintomas e dentro de sete dias vai a óbito, acrescenta Denise.>
Apesar de letal, os casos são raros e estão espalhados por diversos países do mundo. A principal nação que monitora o patógeno são os Estados Unidos que, desde 2018 tem registrado, em média, cerca de três mortes por ano.>
Para Denise, os casos podem aumentar devido ao aquecimento do planeta, já que estudos científicos apontam que o parasita tende a se proliferar mais em temperaturas mais altas, conseguindo tolerar águas de até 50 graus.>
A parasitologista alerta que a ameba acomete não somente pessoas imunocomprometidas, mas também as saudáveis. Os sintomas costumam aparecer de 1 a 12 dias após a infecção, se manifestando na forma de febre, dor de cabeça, náuseas, vômitos, fotofobia, convulsões e até mesmo o coma.>
São pessoas que simplesmente foram tomar um banho no lago e acabam morrendo lamenta Denise.>
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Com informações de Pleno News >