Publicado em 14 de abril de 2023 às 08:07
Chad Olds, tratador de animais do Vance County Animal Shelter, um abrigo localizado na Carolina do Norte, nos EUA, é também um músico profissional. O tratador decidiu usar a música para acalmar os cães. O abrigo em questão investiga denúncias de crueldade e maus tratos contra animais. Ao todo, o abrigo mantém uma pequena equipe de funcionários e conta com um grupo de voluntários para garantir a saúde e bem-estar dos animais. Estudantes da região podem participar de atividades de conscientização e todos os interessados podem visitar o jardim sensorial, criado para melhorar a vida dos cães e gatos e facilitar a interação com os humanos.>
O Vance County Shelter também oferece um programa musical para os animais abrigados. Chad Olds está à frente da iniciativa. Aos 40 anos, ele é oficial de controle de animais do condado, mas já atuou como músico profissional, viajando em turnê para diversas regiões dos EUA. A ideia de tocar e cantar para os cães e gatos partiu do chefe de serviços dos animais do condado, Frank Nobles. Ao saber das qualificações do músico, Frank sugeriu que ele fizesse serenatas para acalmar os animais.>
Os dois profissionais relatam que não sabiam como os animais reagiriam, mas o instrumento musical estava ali, à disposição, e o músico capaz de produzir sons também estava disponível. Assim que Chad começou a tocar, os cães e gatos reagiram imediatamente. Os resultados foram tão impressionantes que Chad e Frank decidiram gravar uma nova apresentação, que foi publicada nas redes sociais do abrigo. O vídeo, com a performance do músico e as reações dos animais, foi visualizado por mais de 300 mil internautas.>
Chad e Frank pretendiam mostrar uma atividade divertida e relaxante para os seguidores e, com isso, aumentar a visibilidade das ações do abrigo e incentivar os tutores de cães e gatos a fazerem pequenas apresentações para os pets. Porém, além de acalmar e relaxar, a música, mesmo que seja apenas reproduzida em um aparelho de áudio, é também um momento de interação entre os animais de estimação e os tutores, fortalecendo os vínculos e melhorando o relacionamento.>
As serenatas de Chad Olds foram tão bem-sucedidas que a música foi definitivamente incluída no programa de enriquecimento do abrigo, que inclui brincadeiras, petiscos e atividades físicas e cognitivas que ajudam a manter equilibrados o corpo e a mente dos animais abrigados.>
Do ponto de vista científico, a música é capaz de fortalecer a memória, de tranquilizar e relaxar (não apenas os pets, mas também os humanos) e até de aliviar alguns tipos de dores e desconfortos. O Homo sapiens faz música desde tempos imemoriais e, na parceria com os peludos, ele emprestou estas referências. De acordo com pesquisadores da Faculdade de Medicina Veterinária da USP, a música e um componente importante do ambiente dos animais. Ela serve para despertar e relaxar, desviar a atenção de alguns ruídos incômodos (como fogos de artifício e trovoadas) e pode reduzir a frequência cardíaca e a pressão arterial dos cachorros e gatos.>
Em ambientes hospitalares, já foi observado que as terapias com música auxiliam na redução da agressividade, ansiedade, inquietação e frequência respiratória. A audioterapia é um tratamento alternativo que não apenas reduz as sensações dolorosas, mas também alivia a experiência negativa associada à dor.>
Para quem quiser experimentar em casa, os especialistas sugerem o uso de músicas orquestradas – desde uma sinfonia até um simples solo de violão ou flauta. A voz humana é interpretada por cães e gatos como orientação, advertência ou restrição; por isso, ela não é útil quando se trata de tranquilizar os pets.>
Músicas aceleradas e agitadas – do heavy metal a composições de Piotr Tchaikovsky – estimulam as tendências às correrias e latidos, enquanto as execuções lentas e ritmadas favorecem o sono e a quietude, estando associadas ao bem-estar e à tranquilidade.>
Com informações do Metrópoles>