Apoio ao impeachment de Moraes perde força e maioria rejeita afastamento do ministro

Pesquisa Quaest mostra que apenas 36% defendem saída do magistrado, enquanto resistência à medida cresceu após condenação de Bolsonaro.

Publicado em 17 de setembro de 2025 às 11:01

Ministro do STF, Alexandre de Moraes -
Ministro do STF, Alexandre de Moraes - Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O debate sobre um possível impeachment do ministro Alexandre de Moraes (STF) tem perdido fôlego entre os brasileiros. De acordo com pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (17), 52% da população rejeita a proposta de afastamento do magistrado, enquanto 36% se dizem favoráveis.

O levantamento ouviu 2.004 pessoas entre os dias 12 e 14 de setembro, com margem de erro de dois pontos percentuais. Os números revelam uma mudança significativa em relação a agosto, quando 46% apoiavam a destituição de Moraes e 43% eram contrários. Em pouco mais de um mês, o apoio ao impeachment caiu dez pontos.

Impacto do julgamento da trama golpista

A queda na adesão coincide com a atuação de Moraes como relator da ação penal que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes. O caso foi julgado no último dia 11 pela Primeira Turma do Supremo.

Pressão política no Senado

Mesmo com a perda de respaldo popular, a ofensiva contra Moraes continua entre aliados de Bolsonaro. O pedido mais recente de impeachment foi protocolado em 12 de agosto, com apoio de 37 parlamentares, 24 deles filiados ao PL.

No entanto, a iniciativa enfrenta um obstáculo político: o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), tem reiterado que não pretende colocar em votação pedidos de impeachment de ministros do STF. A resistência rendeu até uma representação contra Alcolumbre por quebra de decoro, apresentada por congressistas bolsonaristas.

De olho em 2026

Com as eleições de 2026 no horizonte, a estratégia do campo bolsonarista é conquistar maioria no Senado, acreditando que esse cenário abriria caminho para avançar em processos de impeachment contra membros da Corte.