Publicado em 13 de dezembro de 2025 às 10:00
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manifestaram críticas e decepção após o governo dos Estados Unidos retirar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, da lista de sanções previstas na Lei Magnitsky. A revogação também alcançou Viviane Barci de Moraes, esposa do magistrado, e a Lex Institute, empresa vinculada à família do ministro.>
Alexandre de Moraes havia sido incluído na lista em julho, sob a acusação, por parte do governo americano à época, de autorizar prisões preventivas consideradas arbitrárias e de restringir a liberdade de expressão no Brasil. Já Viviane Barci de Moraes passou a ser alvo das sanções em setembro. Entre os argumentos citados anteriormente estavam decisões judiciais relacionadas à condenação de Jair Bolsonaro por envolvimento na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.>
Com a retirada das sanções, parlamentares ligados ao bolsonarismo passaram a direcionar críticas ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levantando suspeitas sobre uma possível negociação política com o governo brasileiro. O tom predominante entre os aliados foi de frustração com o recuo americano.>
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou ter recebido a notícia com “pesar” e avaliou que o Brasil desperdiçou uma oportunidade política. Em publicação nas redes sociais, ele agradeceu o apoio anterior de Trump, mas lamentou a falta de articulação interna. “A sociedade brasileira não conseguiu construir a unidade política necessária para enfrentar seus próprios problemas estruturais”, escreveu, acrescentando que continuará buscando caminhos para o que chamou de “libertação do país”.>
Já o deputado Mauricio Marcon (PL-RS) adotou um discurso mais duro e afirmou que a decisão gerou um sentimento de “traição”. Segundo ele, Trump teria agido de acordo com interesses próprios. “Trump pensou nos EUA, com o lema ‘America First’. Cabe a nós resolvermos nossos problemas”, declarou.>
Na mesma linha, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) afirmou que a direita brasileira depositou expectativas excessivas em um ator externo. Para ele, a Lei Magnitsky foi utilizada apenas como instrumento de barganha política. “Foi uma grande decepção e uma lição: não devemos terceirizar nossa responsabilidade”, afirmou.>
O deputado Rodrigo Valadares (União-SE) avaliou que o episódio demonstra o fechamento do que chamou de “sistema” em torno de interesses próprios e elogiou a atuação de Eduardo Bolsonaro no cenário internacional. “Eles se protegeram por sobrevivência mútua e mantiveram o poder”, disse.>
Já o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, adotou um tom mais moderado. Apesar de agradecer o apoio anterior de Trump, destacou que a disputa política no Brasil deve ser conduzida internamente. “A guerra para tirar a esquerda do poder no Brasil será nossa, dos brasileiros”, afirmou.>