Braga Netto apresenta parecer militar para tentar desmontar acusação de plano golpista

O documento tenta reforçar a tese da defesa de Braga Netto de que o plano jamais passou de uma ideia mal estruturada, sem condições reais de ser executada e, por isso, não configuraria um plano golpista concreto.

Publicado em 9 de julho de 2025 às 12:32

O general da reserva e ex-ministro de Jair Bolsonaro, Braga Netto
O general da reserva e ex-ministro de Jair Bolsonaro, Braga Netto Crédito: Agência Brasil

Réu no Supremo Tribunal Federal (STF) e preso preventivamente desde dezembro de 2024, o general da reserva e ex-ministro de Jair Bolsonaro, Braga Netto, entregou um parecer técnico para contestar a versão da Polícia Federal (PF) sobre o plano golpista que previa a morte do presidente Lula (PT) e do vice Geraldo Alckmin (PSB) logo após a eleição de 2022.

O documento foi elaborado pelo general da reserva Elias Rodrigues Martins Filho e analisa o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que teria sido discutido em uma reunião na casa de Braga Netto, em dezembro de 2022. Segundo as investigações, o grupo também monitorava autoridades como o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e preparava ações para impedir a posse do novo governo.

No parecer de 24 páginas, o militar argumenta que o plano apresentado pela PF não pode ser considerado um verdadeiro “planejamento militar”. Segundo ele, faltam elementos básicos exigidos pela doutrina militar, como definição clara da missão, datas, locais, equipes envolvidas e estrutura operacional. O general classifica os documentos encontrados como “anotações soltas” e comparáveis a um esboço de brainstorming.

Martins Filho diz ainda que o plano se assemelha mais a um levantamento de inteligência do que a uma ação operacional. “Trata da viabilidade, riscos e impactos sociais, mas não apresenta a operação em si, nem descreve as ações previstas”, afirma.

Outro ponto levantado é a falta de pessoal e armamento. O planejamento, segundo a PF, envolvia apenas quatro militares divididos em pequenas equipes, o que, para o general, seria “impensável” para uma operação de tamanha complexidade. Ele também critica a previsão de armamento, que incluía apenas quatro pistolas, deixando dois dos supostos participantes sem proteção individual.

O documento tenta reforçar a tese da defesa de Braga Netto de que o plano jamais passou de uma ideia mal estruturada, sem condições reais de ser executada e, por isso, não configuraria um plano golpista concreto.

Com informações do Metrópoles