Publicado em 13 de agosto de 2025 às 11:39
Conteúdo Estadão - A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados decidiu pautar nesta quarta-feira (13), duas propostas legislativas em resposta à pauta do combate à adultização de crianças e adolescentes nas redes sociais, tema que ganhou popularidade pelo youtuber Felca.>
O presidente do colegiado, Paulo Azi (União-BA), decidiu colocar para votação um projeto de lei, de autoria da ex-deputada federal Sheridan (sem partido-RR), que aumenta a pena ao crime de aliciamento de crianças e adolescentes quando cometido em um aplicativo de comunicação.>
Já a segunda proposta, do deputado Fred Costa (PRD-MG), autoriza delegados e Ministérios Públicos a solicitarem diretamente às plataformas, às redes sociais e aos meios de comunicação material que possa subsidiar denúncias no âmbito de investigação criminal de abuso, violência ou exploração sexual de criança ou adolescente, sem necessidade de autorização judicial.>
"Esta presidência conhece a gravidade da situação e entende a necessidade de fortalecermos o arcabouço legal, para essas ações efetivamente serem enfrentadas e coibidas", disse Azi, que também mencionou o vídeo de Felca.>
O youtuber publicou um vídeo que já tem 35 milhões de visualizações em que faz um compilado de denúncias sobre influenciadores que abusam da imagem de crianças, mostra como o algoritmo funciona para entregar esse tipo de conteúdo para pedófilos e entrevista uma psicóloga especializada para falar sobre o perigo da exposição nas redes sociais para as crianças e adolescentes.>
Veja o que diz o texto das duas propostas:>
Aumento de pena para quem aliciar crianças e adolescentes online>
O projeto de lei de autoria da ex-deputada Shéridan (PSDB-RR) impõe a pena de um a três anos de prisão para quem facilitar o acesso a conteúdo pornográfico para crianças e assediar crianças para fazê-las se exibirem de forma sexualmente explícita. Se esses crimes forem cometido por meio de aplicativo de comunicação via internet, a pena é aumentada em um terço.>
A relatora da proposta é a deputada Laura Carneiro (PSD-RJ). "No mérito, entendo que o texto chega para análise em boa hora, considerando o grave e importante relato trazido pelo youtuber Felca sobre a 'adultização' de crianças, oportunidade na qual apresentou casos sérios de exploração e sexualização de menores nas redes sociais, com amplo material audiovisual", argumentou a parlamentar.>
Plataformas devem ser obrigadas a fornecerem dados a autoridades investigativas para apuração de crimes sexuais contra crianças e adolescentes>
Essa segunda proposta, de autoria de Fred Costa, passou por alteração no texto na CCJ por parte do relator, deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP). A alteração foi feita para impor alguns limites a quais informações ou a quem poderiam ser requisitadas sem autorização judicial.>
No novo texto, Bilynskyj estabelece que o delegado de polícia ou membro do Ministério Público pode pedir, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais de um investigado por crime de abuso, violência ou exploração sexual de criança sem precisar de autorização judicial.>
Os órgãos públicos ou empresas terão até dez dias para atender a demanda. Caso alguém recuse, atrase ou omita dados, a pessoa está sujeita a um a três anos de prisão; no caso de crime culposo, três meses a um ano de detenção.>