Publicado em 16 de junho de 2025 às 15:02
A Câmara dos Deputados deve votar nesta segunda-feira (16) o requerimento de urgência do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que revoga o decreto do governo federal que aumentou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A medida tem forte apoio entre os parlamentares e deve reunir mais de 300 votos, sendo vista como um sinal de insatisfação da base aliada e da oposição com o Palácio do Planalto.
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A votação da urgência, que permite levar o texto diretamente ao plenário sem passar pelas comissões, não incluirá, por ora, a análise do mérito. O gesto é encarado como um recado direto ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), especialmente após queixas recorrentes de parlamentares sobre a demora na liberação de emendas e vetos presidenciais.>
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu pautar a urgência e vem se posicionando de forma crítica à articulação política do governo. Na semana passada, Motta afirmou que não está na presidência da Casa “para servir a projeto político de ninguém”, em referência ao Planalto.>
Os líderes governistas José Guimarães (PT-CE) e Lindbergh Farias (PT-RJ) tentaram adiar a votação, pedindo mais diálogo e tempo, mas não conseguiram reverter a decisão.>
Apesar da pressão, o governo tenta evitar a análise do mérito e negocia nos bastidores para que a votação desta segunda fique restrita apenas à urgência. Mesmo assim, o avanço do PDL é interpretado como mais um episódio de desgaste na relação entre o Legislativo e o Executivo.>
A proposta que será debatida busca sustar os efeitos do decreto que elevou as alíquotas do IOF em determinadas operações financeiras, impactando diretamente o custo de crédito para pessoas físicas e empresas.>
Com a votação da urgência, o tema deve ganhar ainda mais força nos próximos dias e pode virar um teste para a base de apoio do governo no Congresso.>