Carla Zambelli entra na lista da Interpol e pode ser presa fora do Brasil

Deputada teve prisão decretada por Alexandre de Moraes e é acusada de tentativa de desacreditar o Judiciário; localização no exterior é incerta.

Publicado em 5 de junho de 2025 às 16:13

A Polícia Federal solicitou à Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) a inclusão do nome da deputada Carla Zambelli no alerta internacional para localizar pessoas procuradas pela Justiça.
A Polícia Federal solicitou à Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) a inclusão do nome da deputada Carla Zambelli no alerta internacional para localizar pessoas procuradas pela Justiça. Crédito: Redes Sociais/Instagram

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi incluída nesta quinta-feira (05), na lista de difusão vermelha da Interpol, mecanismo utilizado para alertar autoridades internacionais sobre pessoas procuradas pela Justiça. Com o nome no sistema, a parlamentar poderá ser presa em qualquer país com o qual o Brasil mantenha acordo de extradição.

A decisão partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou a prisão preventiva da deputada, determinou o bloqueio de seus passaportes, incluindo o diplomático, concedido por força do mandato, e ordenou à Polícia Federal que localize Zambelli e viabilize o pedido de extradição.

A medida ocorre após a deputada anunciar, na última terça-feira (03), que está fora do Brasil e que pretende se licenciar do mandato para viver na Europa, com o objetivo declarado de denunciar o STF a lideranças da direita internacional. Inicialmente, ela afirmou estar nos Estados Unidos, mas nesta quinta-feira, o blogueiro bolsonarista Paulo Figueiredo disse que Zambelli já teria deixado os EUA e estaria “bem e em segurança” na Itália. Sua assessoria de imprensa não confirma a localização atual da parlamentar. Até o momento, não há registro oficial de saída do país em seu nome.

Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão em regime fechado e à perda do mandato pela Primeira Turma do STF, acusada de envolvimento na invasão hacker aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo os ministros, a ação visava desacreditar o Poder Judiciário, configurando uma tentativa de abalar a confiança institucional do Estado.

Embora a pena ainda não esteja em execução, devido à existência de recursos pendentes, Alexandre de Moraes considerou que a deputada tentou “se furtar da aplicação da lei penal” ao deixar o Brasil apenas 20 dias após a condenação. Em sua decisão, o ministro afirma que o “intuito criminoso permanece ativo e reiterado”, apontando que Zambelli segue promovendo a divulgação de notícias fraudulentas, questionando a lisura das eleições e atacando diretamente o Judiciário brasileiro.

Além da condenação no caso do CNJ, Zambelli também responde a outro processo criminal no STF, por perseguir um homem com uma pistola em plena rua, na véspera do segundo turno das eleições de 2022, em São Paulo, episódio que gerou ampla repercussão e críticas à conduta da deputada.

Com a emissão do alerta internacional, a situação jurídica e política de Carla Zambelli se agrava. O Brasil aguarda agora os desdobramentos da cooperação internacional para trazê-la de volta ao país, enquanto a parlamentar, até o momento, permanece fora do alcance das autoridades brasileiras.