Publicado em 22 de setembro de 2025 às 11:15
Durante ato político promovido pela Liga, partido de direita italiano liderado por Matteo Salvini, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) defendeu a permanência da deputada Carla Zambelli (PL-SP) na Itália e pediu que o governo local não atenda à solicitação de extradição feita pelo Brasil.
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Segundo ele, Zambelli, presa no país europeu desde julho e condenada em duas ações no Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 15 anos de prisão, corre risco de vida caso seja enviada de volta. “Lá [no Brasil] ela poderá morrer na cadeia injustamente”, declarou o parlamentar diante do público.>
Flávio afirmou ainda que a Itália passou a ser um refúgio para brasileiros que, em sua visão, sofrem perseguição política. “Carla Zambelli e Eduardo Tagliaferro vieram para cá por acreditarem ser um local mais seguro do que o Brasil”, disse.>
O senador aproveitou o discurso para mencionar seu irmão, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que estaria “exilado” nos Estados Unidos. De acordo com ele, uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, teria imposto restrições que impedem o parlamentar de manter contato até mesmo com o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.>
A viagem de Flávio à Itália foi acompanhada pelos senadores Magno Malta (PL-ES), Eduardo Girão (Novo-CE) e Damares Alves (Republicanos-DF), que visitaram Zambelli no presídio. O grupo também pretende se reunir, na terça-feira (23), com o vice-primeiro-ministro Matteo Salvini para discutir o futuro da deputada.>
A situação reacende o debate sobre a relação entre os poderes no Brasil e a atuação da Justiça em casos envolvendo parlamentares de direita. Ao mesmo tempo, coloca a diplomacia italiana diante de uma decisão sensível: atender ao pedido de extradição do governo brasileiro ou acolher os argumentos de perseguição levantados por aliados da deputada.>