Publicado em 28 de julho de 2025 às 16:05
Faltando apenas quatro dias para entrarem em vigor as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a cobrar diálogo direto com o presidente norte-americano, Donald Trump, na tentativa de evitar o impacto econômico da medida. O novo tarifaço, que prevê sobretaxa de 50%, foi anunciado na semana passada e provocou reação imediata do governo brasileiro.
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Durante a inauguração de uma usina termoelétrica no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (28), Lula defendeu que as divergências entre os dois países sejam tratadas com diplomacia. “Tem divergência? Tem. Mas no mundo civilizado a gente senta à mesa, coloca as diferenças e tenta resolver. Não se toma decisão unilateral, prejudicando o povo brasileiro”, afirmou o presidente.>
Lula também apontou Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como um dos articuladores da pressão que resultou nas sanções. Segundo o petista, Eduardo age de maneira antinacional ao incentivar medidas que podem prejudicar a economia brasileira. “É o filho da coisa e a coisa que estão pedindo para fazer. O mesmo que fazia campanha enrolado na bandeira nacional. Agora age com total falta de patriotismo”, criticou.>
O Palácio do Planalto tem tentado contornar a situação por meio de negociações diplomáticas. Apesar disso, o clima entre os dois países se acirrou após uma carta enviada por Trump ao presidente Lula, na qual o republicano critica a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e se posiciona contra os processos judiciais envolvendo Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.>
Nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro confirmou que participou de reuniões com integrantes da Casa Branca para discutir as sanções e condicionou um possível recuo das tarifas a uma anistia “geral e irrestrita” aos investigados pelos atos antidemocráticos, além do impeachment do ministro do STF, Alexandre de Moraes, medidas que, no entanto, não encontram apoio suficiente no Congresso Nacional.>
Lula foi categórico ao rechaçar a exigência. “O povo brasileiro não pode pagar pelos crimes cometidos por quem afrontou a democracia. Ele [Bolsonaro] não será julgado por mim, será pela Justiça”, declarou.>
O governo federal segue articulando, por vias diplomáticas e comerciais, uma alternativa para evitar o impacto imediato das tarifas sobre as exportações nacionais, mas a tensão política entre os países promete seguir no centro do debate nos próximos dias.>