Lula fala em ‘genocídio’ em Gaza e diz que Israel precisa parar com o ‘vitimismo’

Presidente deu a declaração ao ser questionado sobre uma nota da embaixada de Israel no Brasil que afirmou que autoridades ao redor do mundo 'compram mentiras' do Hamas.

Publicado em 3 de junho de 2025 às 12:20

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva Crédito: Marcelo Camargo - Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a classificar nesta terça-feira (3) como “genocídio” a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza. Durante entrevista no Palácio do Planalto, Lula também criticou o que chamou de “vitimismo” por parte do governo israelense.

A declaração foi uma resposta indireta à nota divulgada pela Embaixada de Israel no Brasil, que, sem citar o presidente nominalmente, acusou líderes internacionais de “comprarem mentiras” do grupo terrorista Hamas sobre o conflito no Oriente Médio.

“Vem dizer que é antissemitismo? Precisa parar com esse vitimismo. O que está acontecendo na Faixa de Gaza é um genocídio, é a morte de mulheres e crianças que não estão participando de guerras”, afirmou Lula.

O presidente ressaltou que, como chefe de Estado, não cabe a ele responder diretamente a embaixadas. “Um presidente da República não responde a uma embaixada. O presidente reafirma o que disse: o que está acontecendo em Gaza não é uma guerra, é um exército matando mulheres e crianças”, declarou.

Lula também fez referência à história do povo judeu ao cobrar sensibilidade por parte do governo israelense no tratamento dado aos palestinos. “É exatamente por conta do que o povo judeu sofreu na sua história que o governo de Israel deveria ter bom senso e humanismo no trato com o povo palestino. Eles se comportam como se o povo palestino fosse cidadão de segunda classe”, criticou.

Ainda durante a entrevista, o presidente afirmou que “pessoas de bom senso em todo o mundo” estão se posicionando contra a ofensiva israelense. Ele citou como exemplo uma carta do ex-primeiro-ministro israelense Ehud Olmert e outra assinada por militares de Israel, ambas condenando a ação do atual governo.

“Vocês devem ter lido uma carta do ex-primeiro-ministro de Israel criticando, dizendo que não é mais uma guerra, é um genocídio. Já viram carta de mil militares denunciando que isso não é mais guerra, é genocídio. Você não pode, a pretexto de encontrar alguém, matar mulheres e crianças”, concluiu Lula.

Com informações do G1