Publicado em 28 de dezembro de 2025 às 09:23
A equipe médica que acompanha o ex-presidente Jair Bolsonaro, internado desde 24 de dezembro em um hospital particular do Distrito Federal, detalhou neste sábado (27) o procedimento realizado para tentar controlar crises intensas de soluço. A intervenção, conhecida como bloqueio do nervo frênico, foi adotada após a resposta insatisfatória ao tratamento clínico com medicamentos.>
De acordo com o cardiologista Brasil Caiado, a conduta inicial foi ampliar ao máximo o uso das terapias disponíveis na literatura médica. Apesar disso, Bolsonaro apresentou piora do quadro. Na sexta-feira (26), segundo o médico, o ex-presidente teve uma crise intensa de soluços, que prejudicou o sono e o deixou visivelmente debilitado no dia seguinte.>
Diante do cenário, a equipe avaliou que o procedimento seria a alternativa mais adequada naquele momento. O bloqueio do nervo frênico consiste na aplicação de anestesia local próxima ao nervo responsável pelo controle do diafragma, com o objetivo de reduzir temporariamente sua atividade e interromper soluços persistentes. A técnica é realizada com auxílio de ultrassom e costuma ser indicada apenas em casos mais resistentes.>
A intervenção foi feita inicialmente do lado direito. Segundo os médicos, o nervo frênico é bilateral, mas o bloqueio simultâneo dos dois lados não é recomendado por risco de complicações respiratórias. Por isso, uma nova etapa do procedimento está programada para segunda-feira (29), quando o lado esquerdo deverá ser avaliado e, se necessário, tratado.>
O radiologista intervencionista Mateus Saldanha afirmou que o procedimento deste sábado ocorreu sem intercorrências. Ele explicou que a abordagem gradual permite observar a resposta do organismo antes de qualquer nova intervenção, já que as causas do soluço podem ser múltiplas.>
A cirurgia teve duração aproximada de uma hora. Após o procedimento, Bolsonaro retornou ao quarto, permaneceu consciente, orientado e liberado para alimentação. A previsão de internação segue estimada entre cinco e sete dias. Caso a evolução seja positiva após a próxima intervenção, a alta hospitalar pode ocorrer cerca de 48 horas depois.>
Os médicos destacaram que outras possibilidades terapêuticas existem, mas só serão consideradas se o bloqueio do nervo frênico não alcançar o efeito esperado. Entre as alternativas citadas estão aplicações de toxina botulínica, crioablação ou até intervenções mais invasivas, todas ainda em fase de avaliação.>
Segundo o cirurgião responsável, a estratégia é avançar de forma cautelosa, priorizando métodos menos agressivos e reavaliando o quadro clínico de maneira contínua.>