Publicado em 3 de novembro de 2025 às 14:38
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) apresentou uma proposta para alterar o Plano Nacional de Educação (PNE), que será votado pelo Congresso e define as diretrizes do ensino no país pelos próximos dez anos. O parlamentar alega que há “doutrinação” nas escolas e defende que o currículo passe a incluir “multiplicidade de pontos de vista” sobre temas como as mudanças climáticas.>
Na emenda, Nikolas argumenta que o ensino atual carece de isenção e propõe que as escolas “apresentem dados, métodos e incertezas de forma responsável, distinguindo ciência de ativismo”. Segundo ele, o objetivo é formar alunos capazes de decidir com base em evidências, preservando a neutralidade e o pluralismo.>
A proposta de Nikolas se aproxima do discurso de figuras como o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que chegou a chamar as mudanças climáticas de “maior farsa”, em discurso na ONU. A visão cética em relação à ciência do clima é comum em parte do bolsonarismo, o ex-ministro Osmar Terra (PL-RS), por exemplo, já usou recordes de frio na Europa para questionar o aquecimento global, apesar de cientistas explicarem que extremos de temperatura são justamente consequência das mudanças climáticas.>
Nikolas, no entanto, nega ser contra a ciência. Ele afirma que sua intenção é “ampliar o debate”, e não negar o consenso científico. Para o deputado, o tema teria sido “sequestrado” por uma visão única, e estimular o confronto de ideias ajudaria a formar alunos mais críticos.>
Especialistas lembram que há diferentes perspectivas científicas sobre a velocidade, as causas e as respostas à crise climática, mas que o consenso global é de que as ações humanas são o principal fator de aquecimento do planeta.>
Com informações do UOL>