Publicado em 26 de maio de 2025 às 14:26
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (26), a abertura de um inquérito contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL).>
O requerimento da PGR atende a uma representação criminal do também deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara. O relator do caso na Corte será o ministro do STF Alexandre de Moraes.>
Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), se afastou da Câmara em março deste ano e passou a morar nos EUA, onde, segundo ele, denuncia os abusos supostamente cometidos pelo ministro Alexandre de Moraes.>
Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, Eduardo tem afirmado publicamente que atua junto ao governo dos Estados Unidos para aplicar sanções contra os ministros do STF, a PGR e a Polícia Federal (PF), e que as ações do parlamentar seriam uma resposta ao que considera ser uma “perseguição política” contra si e contra o pai.>
“As publicações se dão, sobretudo, em postagens em redes sociais, que reverberam em outros canais de mídia, bem como em entrevistas diretas a veículos de imprensa”, escreveu Gonet.>
“Há um manifesto em tom intimidatório para os que atuam como agentes públicos, de investigação e de acusação, bem como para os julgadores na ação penal, percebendo-se o propósito de providência imprópria contra o que o sr. Eduardo Bolsonaro parece crer ser uma provável condenação”, concluiu o PGR.>
Bolsonaro é apontado em denúncia em curso no STF como líder de uma organização criminosa empenhada em romper com a ordem democrática para permanecer na Presidência, apesar dos resultados das eleições de 2022.>
No documento, protocolado hoje, o procurador-geral argumenta que o objetivo do deputado, e filho do ex-presidente, é embaraçar o andamento do julgamento técnico no STF, além de atrapalhar os trabalhos em curso no inquérito das fake news, também em tramitação na Corte.>
“As medidas referidas nas manifestações do sr. Eduardo Bolsonaro, nos seus próprios dizeres, englobam cassação de visto de entrada nos EUA, bloqueio de bens e valores que estejam naquele país, bem como a proibição de estabelecer relações comerciais com qualquer pessoa física e jurídica de nacionalidade americana ou que tenha negócios nos Estados Unidos”, prosseguiu Gonet.>
“As evidências conduzem à ilação de que a busca por sanções internacionais a membros do Poder Judiciário visa a interferir sobre o andamento regular dos procedimentos de ordem criminal, inclusive ação penal, em curso contra o sr. Jair Bolsonaro e aliados.”>