Publicado em 18 de setembro de 2025 às 13:55
A Câmara dos Deputados aprovou, na quarta-feira (17), um pedido de urgência para analisar um projeto de lei que pode anistiar (ou seja, perdoar) pessoas condenadas por envolvimento nos atos golpistas após as eleições de 2022.>
O que significa aprovar a urgência?>
Normalmente, um projeto de lei precisa passar por várias comissões antes de ser votado.>
Com a urgência, esse caminho é encurtado: o texto pode ir direto para votação no plenário da Câmara, sem passar por todas essas etapas.>
O projeto usado para aprovar a urgência foi apresentado pelo deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ). Mas isso não significa que esse será o texto final, ele ainda pode ser alterado.>
O que é anistia?>
• Anistia é um perdão dado pelo Estado a pessoas que cometeram certos crimes.>
• Esse perdão só pode ser concedido por uma lei aprovada no Congresso e depois sancionada pelo presidente.>
• No caso atual, a proposta é dar anistia a pessoas que participaram de manifestações a partir de 30 de outubro de 2022, data do segundo turno das eleições que levaram Lula de volta à presidência.>
Especialistas alertam que, dependendo de como o texto for escrito, esse perdão pode acabar beneficiando também quem organizou ou financiou a tentativa de golpe.>
Anistia x Indulto: qual a diferença?>
• Anistia: é geral, depende de uma lei aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente.>
• Indulto: é individual ou coletivo, mas dado diretamente pelo presidente por decreto. Não precisa passar pelo Congresso.>
O que dizia o texto usado para aprovar a urgência?>
Embora não deva ser o texto final, a proposta inicial previa:>
- Perdão geral para quem participou de manifestações políticas ou eleitorais, incluindo quem ajudou de forma indireta (doações, logística, postagens em redes sociais, etc.).>
- Abrangência ampla: crimes políticos, eleitorais e outros relacionados, além de infrações do Código Penal.>
- Direitos: também valeria para suspender restrições, como bloqueios em redes sociais.>
Não seriam perdoados:>
• Crimes graves, como homicídio, tortura, terrorismo, tráfico de drogas e outros hediondos.>
• Lesão corporal, incêndio, explosão e crimes que colocam em risco a vida de pessoas.>
• Infrações disciplinares de servidores públicos e agentes de segurança.>
• Doações acima de R$ 40 mil para atos ou manifestações políticas.>
Em resumo: a Câmara ainda vai discutir como será o texto final, mas a proposta abre espaço para perdoar grande parte das pessoas envolvidas nos atos golpistas, o que pode gerar polêmica sobre quem será ou não beneficiado.>