Publicado em 27 de junho de 2025 às 16:26
A Polícia Federal prendeu, na manhã desta sexta-feira (27), o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), suspeito de envolvimento em um esquema de venda de sentenças judiciais e vazamento de informações sigilosas no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Outras duas pessoas também foram detidas durante esta nova fase da Operação Sisamnes, que aprofunda as investigações sobre a existência de uma organização criminosa atuando nos bastidores do Judiciário e de órgãos públicos.>
Eduardo Siqueira já havia sido alvo de buscas e apreensões no mês passado, quando a Polícia Federal pediu o afastamento dele do cargo. Na ocasião, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou o pedido, mas, segundo a PF, novas provas coletadas desde então justificaram a prisão do prefeito.>
De acordo com as investigações, Eduardo Siqueira é acusado de repassar informações sigilosas a investigados, entre eles o advogado Thiago Marcos Barbosa, preso no início deste ano. Thiago é sobrinho do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, e teria utilizado o acesso privilegiado às informações para antecipar o andamento de investigações e comprometer o trabalho das autoridades.>
A Polícia Federal aponta que o grupo criminoso tinha acesso a dados confidenciais, que eram manipulados e compartilhados com investigados para protegê-los e influenciar o desfecho de processos judiciais. O esquema, segundo a corporação, contava com a participação de agentes públicos, advogados e operadores externos, todos interessados em garantir proteção a aliados e fortalecer redes de influência política e jurídica.>
A base dessa engrenagem seria um sistema de venda de decisões judiciais dentro do STJ, prática que, além de comprometer a lisura do Judiciário, permitia o favorecimento de envolvidos em investigações criminais.>
A defesa do prefeito Eduardo Siqueira Campos ainda não se manifestou sobre as acusações. Em nota oficial, a Prefeitura de Palmas informou que irá colaborar com as investigações e destacou que a decisão judicial não possui relação com a atual gestão municipal.>
A Operação Sisamnes, batizada em referência a um antigo juiz da Pérsia executado por corrupção, já realizou outras fases desde o início das investigações, que vêm revelando um possível esquema estruturado para comprometer o sistema de Justiça no país.>