Publicado em 21 de agosto de 2025 às 11:34
"Eu aceito sim o 'salgado' (alimento). Estou sem almoçar, ainda não vendi nada até agora", a declaração feita, no final da tarde, por Cristina Rosa da Silva, vendedora de chaveiros e outros acessórios, próximo a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, um dos cartões postais de Belém do Pará, choca, mas é uma realidade comum no Brasil.>
A relação intrínseca entre pobreza e fome, ainda, está no dia a dia de milhões de brasileiros, que como dona Maria, são privados do direito humano de comer. A lei brasileira estabelece que toda pessoa deve ter condições de tomar café da manhã, almoçar e jantar todos os dias — isso é Segurança Alimentar e Nutricional. A solução para reduzir realidades como essa passa pela criação e investimentos em Políticas Públicas que erradiquem a pobreza e a desigualdade social.>
Em julho de 2025, o Brasil foi oficialmente retirado do Mapa da Fome das Nações Unidas, após anos de retrocessos que deixaram 33 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar grave. A mudança não veio do acaso: foi resultado direto da retomada de políticas públicas que colocam a comida como prioridade de governo. O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), as Cozinhas Solidárias, o reforço ao Bolsa Família e o programa de Cisternas ajudaram a virar esse jogo.>
Em dois anos, 6 milhões de pessoas saíram da pobreza extrema no Brasil. Outros indicadores positivos mostram que a desigualdade caiu ao menor nível desde 2012 e a renda renovou recorde em 2024. Mas os números também revelam a mudança de realidade por meio de ações como o Programa de Aquisição de Alimentos, criado em 2023 e que tem duas finalidades centrais: promover o acesso das pessoas à alimentação, sobretudo as mais vulneráveis, e incentivar a produção da Agricultura Familiar.>
O PAA investiu mais de R$ 2 bilhões em dois anos, adquirindo mais de 400 mil toneladas de alimentos frescos da agricultura familiar. O Governo do Brasil compra alimentos produzidos pela Agricultura Familiar e doa esses alimentos para organizações das redes socioassistencial, públicas e filantrópicas de ensino por saúde por justiça e para equipamentos de segurança alimentar e nutricional, que é como são chamados os Restaurantes Populares, as Cozinhas Comunitárias, os Bancos de Alimentos, entre outros que atendem pessoas vulnerabilizadas, que não tem acesso à comida de forma regular e adequada, ou seja, estão em situação de insegurança alimentar.>
Cozinha Solidária na região metropolitana da capital paraense>
Outra política pública importante criada, é o Programa Cozinha Solidária, que fornece alimentação gratuita e de qualidade à população, preferencialmente às pessoas em situação de vulnerabilidade e risco social, incluída a população em situação de rua e em insegurança alimentar e nutricional. Em todo o Brasil são mais de 2 mil cozinhas solidárias em funcionamento. Na região metropolitana da capital paraense um desses espaços está no município de Ananindeua.>
Além disso, a cozinha fortalece dois pontos importantes: quem produz a alimentação e quem consome também. As cozinhas são abastecidas pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), possibilitando o fortalecimento da agricultura familiar. "Aliado a essa distribuição de alimentação, nós, enquanto rede, temos uma proposta clara de educação popular com esses beneficiários. Então, a gente começa um processo de discussão e reflexão de por que a gente passa fome”, analisou.>
Cada unidade de cozinha solidária possui gestão própria, desenvolvendo outras atividades de interesse coletivo, como oficinas de formação, ações de educação alimentar e nutricional, entre outras. Normalmente, se situam em territórios vulnerabilizados, em locais estratégicos para oferta de alimentação. Entidade privada sem fins lucrativos, credenciada junto ao Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), executam o Programa Cozinha Solidária de forma direta, mediante a produção e a oferta de refeições em equipamento próprio, ou indireta, mediante o apoio a outras cozinhas solidárias com os recursos financeiros repassados.>
2025 - Esse ano a meta das Cozinhas Solidárias é preparar mais de 13 milhões de refeições para quem não tem acesso à comida em casa.>
Mais estratégias de Políticas Públicas para mitigar a desigualdade social>