Publicado em 19 de novembro de 2025 às 18:12
A reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e representantes da sociedade civil terminou no fim da tarde desta quarta-feira (19), em Belém, e reuniu cientistas, lideranças indígenas, movimentos sociais e organizações de diversos países. Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, participou do encontro e comentou o teor da conversa.>
Segundo Astrini, Lula foi cobrado a manter firme a proposta de construir um “mapa do caminho” para o fim do uso dos combustíveis fósseis, tema que marcou o discurso de abertura da COP30. “O presidente fez uma convocação no primeiro dia da COP: sairmos daqui com um mapa do caminho para acabarmos com o uso dos combustíveis fósseis. Ele recebeu apoios, mas também resistências. Conversamos agora sobre não desistir de transformar as palavras dele em resolução no texto final”, afirmou.
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Astrini destacou que a fala de Lula no início da conferência gerou forte reação internacional. “A partir da proposta dele, houve uma coletiva de imprensa, e mais de 80 países passaram a apoiar essa ideia”, disse. Para ele, o presidente é um símbolo de que “a esperança pode vencer o medo”, e justamente por isso não deveria recuar diante das pressões contrárias.>
Durante a reunião, seis representantes tiveram a palavra, entre eles o climatologista Carlos Nobre, a integrante do MST Aiala, e o líder indígena Dinamam Tuxá, da APIB. Segundo Astrini, quase todos usaram o tempo para parabenizar Lula pela postura na COP30 e reforçar a importância de transformar seus compromissos em ações concretas.>
O secretário-executivo também relatou que o presidente demonstrou domínio sobre os temas climáticos e reforçou pautas como a demarcação de terras indígenas, assunto que, segundo ele, deixou Lula “muito orgulhoso”. Além disso, Lula voltou a mencionar o “mapa do caminho” e afirmou que continuará defendendo a proposta “em qualquer lugar”, inclusive no encerramento da conferência.>
“A gente saiu com a sensação de que ele não está aqui de passagem. Ele está propondo coisas, está envolvido nos debates e quer fechar a conferência no país dele”, resumiu Astrini após o encontro.>