COP30: Países menos poluentes servem de exemplo enquanto maiores emissores lutam para cumprir metas

A COP30, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, reúne líderes globais para discutir medidas urgentes contra as mudanças climáticas. Entre os países presentes, há grandes emissores de poluentes que têm uma responsabilidade crucial na luta pelo futuro do planeta. No entanto, também há países com pegadas ambientais menores, que atuam como exemplos de soluções sustentáveis.

O evento ocorre em um momento crítico, quando os efeitos das mudanças climáticas se tornam cada vez mais visíveis em todo o planeta. Desde secas extremas e inundações devastadoras até eventos climáticos mais frequentes, como furacões e incêndios florestais, o mundo está enfrentando desafios sem precedentes. A COP30 oferece uma plataforma essencial para líderes mundiais discutirem como limitar o aquecimento global a 1,5°C, conforme estipulado no Acordo de Paris, e para impulsionar compromissos mais fortes em termos de ação climática.

O foco da conferência é reduzir as emissões de gases de efeito estufa, implementar soluções para adaptação e transição energética, além de fortalecer o financiamento climático para países em desenvolvimento. Entre os países que se destacam na conferência, alguns são notáveis tanto pelo seu impacto ambiental quanto pelo seu potencial de mudança.

Principais emissores de poluentes na COP30:

1. China

A China, sob a representação de Ding Xuexiang, é o maior emissor mundial de gases de efeito estufa, com aproximadamente 28% das emissões globais. A rápida industrialização e a dependência de carvão para geração de energia são as principais responsáveis por esse alto índice. A China precisa investir fortemente em fontes de energia renovável e em tecnologias de captura de carbono. Apesar dos avanços na energia solar e eólica, o país ainda precisa reduzir substancialmente sua dependência do carvão.

2. Índia

A Índia, liderada por Narendra Modi, é o terceiro maior emissor de CO2, com cerca de 7% das emissões globais. O país enfrenta um grande dilema: promover o desenvolvimento econômico para suas centenas de milhões de cidadãos em situação de pobreza enquanto enfrenta os desafios ambientais. A Índia precisa acelerar a transição para fontes de energia renovável, além de melhorar a eficiência energética e a gestão dos recursos naturais.

3. Rússia

Com uma enorme produção de petróleo e gás, a Rússia, representada por Ruslan Edelgeriev, também é um grande emissor de poluentes. O país tem se mostrado relutante em adotar políticas climáticas mais ambiciosas, mas sua enorme área de florestas e ecossistemas intocados oferece um enorme potencial para iniciativas de captura de carbono e preservação.

Embora não listado diretamente entre os representantes da COP30, os Estados Unidos, como segunda maior fonte de emissões, continuam sendo uma parte fundamental das discussões climáticas. Sob novas políticas, os EUA têm avançado na transição para energias limpas, mas ainda é necessário um maior compromisso com a redução de emissões industriais.

Países menos poluentes na COP30:

Por outro lado, existem países que têm uma pegada de carbono significativamente menor, mas cujos esforços em promover a sustentabilidade e a adaptação ao clima podem servir de exemplo.

1. Palau

Palau, representado por Surangel Whipps Jr., é um dos países mais comprometidos com a conservação ambiental. Este pequeno arquipélago no Pacífico tem adotado políticas de baixo carbono, focando no turismo sustentável e em iniciativas de proteção marinha.

2. Moçambique

Com uma presença ativa na COP30, Moçambique, através de seu presidente Daniel Francisco Chapo, se destaca pelo seu compromisso com a conservação das florestas e pela adoção de energias renováveis, especialmente no setor solar. O país é um exemplo de como ações locais podem ter impacto global.

3. Vanuatu e Ilhas Marshall

Vanuatu e as Ilhas Marshall, ambas pequenas nações insulares, estão na linha de frente contra os impactos das mudanças climáticas. Embora suas emissões sejam mínimas, o país tem pressionado por maior ação global para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, como aumento do nível do mar.

Medidas que os países mais poluentes devem adotar:

Transição para energias renováveis

Países como China e Índia precisam continuar a expandir suas infraestruturas de energia renovável e reduzir a dependência de combustíveis fósseis. O investimento em energia solar, eólica e hidrelétrica é crucial para atingir metas de descarbonização.

Tecnologia e inovação climática

A Rússia, com sua grande indústria de petróleo e gás, poderia investir mais em tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS), além de melhorar a eficiência dos setores de transporte e indústria.

Políticas de desmatamento zero

A preservação das florestas tropicais e o combate ao desmatamento são essenciais. Países como Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo, que têm grandes áreas de florestas tropicais, devem adotar políticas rigorosas de combate ao desmatamento ilegal e promover o reflorestamento.

Descarbonização da indústria e agricultura

Investir em práticas agrícolas regenerativas e em indústrias de baixo carbono será fundamental para países como os Estados Unidos e a China, que têm uma grande pegada de carbono industrial.

A COP30 é um marco importante para o futuro do clima global. A pressão sobre os grandes emissores é clara: para o planeta ter um futuro sustentável, essas nações devem ir além de promessas e adotar medidas concretas, que podem incluir desde a modernização de suas infraestruturas até o compromisso com acordos vinculantes de redução de emissões.

Por Elias Felippe (Estagiário sob supervisão de Cássio Leal, editor-chefe da tarde).