Estudante paraense leva inovação à COP30 e defende protagonismo de jovens da Amazônia

Aos 17 anos, André Eduardo Acácio apresentou no Pavilhão de Crianças e Jovens um projeto que reaproveita caroço de açaí para climatizar salas de aula.

Publicado em 17 de novembro de 2025 às 12:01

Estudante paraense leva inovação à COP30 e defende protagonismo de jovens da Amazônia
Estudante paraense leva inovação à COP30 e defende protagonismo de jovens da Amazônia Crédito: Reprodução/Roma News

A manhã do Dia da Juventude na COP30, em Belém, ganhou força com a presença de 30 crianças e adolescentes reunidos no Pavilhão de Crianças e Jovens para o evento “De Escuta à Ação: Crianças Moldando o Futuro da Liderança Climática”. A atividade abriu espaço para que vozes da nova geração fossem ouvidas diretamente por jovens líderes climáticos, como a Jovem Campeã do Clima, Marcele Oliveira.

Entre esses jovens, um destaque especial chamou atenção: o estudante paraense André Eduardo Acácio, de 17 anos, que definiu como “indescritível” a experiência de participar da conferência e apontou a urgência de discutir mudanças climáticas a partir de quem vive na Amazônia.

O encontro contou com a presença de figuras simbólicas do Brasil, como Zé Gotinha e o Curupira, que ajudaram a tornar o ambiente mais acolhedor para as crianças. A iniciativa é uma parceria entre UNICEF, Instituto Alana, Save the Children, Center for Global Education, Plant-for-the-Planet, Presidência da COP30 e Secretaria Nacional da Juventude.

Projeto do açaí como solução climática e educacional

Representando a rede pública de ensino do Pará, André apresentou um projeto criado por ele e colegas em setembro de 2024. A ideia une dois desafios comuns em Belém:

• O descarte inadequado do caroço de açaí, que gera acúmulo de resíduos orgânicos;

• A falta de climatização em muitas salas de aula da rede pública.

A solução encontrada pelos estudantes foi transformar o caroço de açaí triturado, misturado a um aglomerante, em painéis modulares capazes de ajudar a regular a temperatura dos ambientes. A proposta pode tornar as salas mais confortáveis e ainda dar destinação sustentável ao resíduo.

Amazônia como centro da crise climática

André reforçou que viver na Amazônia torna a crise climática algo palpável e imediato. Ele lembrou que, muitas vezes, os debates globais são conduzidos por pessoas que não experienciam diretamente os impactos.

Segundo ele, a introdução da educação ambiental nas escolas foi essencial para desenvolver pensamento crítico entre os jovens, sobretudo diante de eventos extremos que já atingem a região com frequência crescente.

Um chamado à ação

Ao final, o estudante destacou que compreender e enfrentar as mudanças climáticas não são apenas uma questão ambiental, mas também social, econômica e política. Para ele, experiências como a participação na COP30 fortalecem a formação cidadã dos jovens da Amazônia e ampliam seu papel na construção de soluções reais.