Governo alemão diz que chanceler não vai se desculpar por fala sobre Belém

Segundo o porta-voz Stefan Kornelius, a fala “está sendo apresentada de forma incriminatória” e foi tirada de contexto.

Publicado em 19 de novembro de 2025 às 15:55

Segundo o porta-voz Stefan Kornelius, a fala “está sendo apresentada de forma incriminatória” e foi tirada de contexto.
Segundo o porta-voz Stefan Kornelius, a fala “está sendo apresentada de forma incriminatória” e foi tirada de contexto. Crédito: Reprodução 

O governo da Alemanha informou nesta quarta-feira (19) que o chanceler Friedrich Merz não pretende pedir desculpas pela declaração polêmica que fez ao comparar Belém com a Alemanha após a COP30. Segundo o porta-voz Stefan Kornelius, a fala “está sendo apresentada de forma incriminatória” e foi tirada de contexto.

Kornelius afirmou que Merz não demonstrou “desagrado” pela capital paraense e que a frase se referia apenas ao cansaço da delegação, que havia enfrentado um voo longo e um dia intenso de compromissos.

“Merz teve uma impressão muito positiva da viagem. O Brasil é nosso parceiro mais importante na América do Sul”, disse o porta-voz. Ele destacou ainda que o chanceler comentava sobre o desejo da equipe de voltar para casa após uma agenda puxada, e não sobre a cidade em si.

Ao ser questionado se haveria um pedido de desculpas ou algum impacto diplomático, Kornelius foi direto: “Não, duas vezes.”

O que Merz disse

A polêmica começou quando, em um evento do setor varejista na Alemanha, Merz afirmou que os jornalistas alemães que estiveram com ele na COP30 “ficaram felizes” em deixar Belém e voltar para casa.

“Perguntei quem gostaria de ficar no Brasil. Ninguém levantou a mão”, disse ele no discurso.

A frase repercutiu mal no Brasil e também entre políticos alemães.

O prefeito de Belém, Igor Normando (MDB), classificou o comentário como “infeliz, arrogante e preconceituoso”.

Durante agenda no Tocantins, o presidente Lula rebateu a fala e disse que Merz deveria ter aproveitado mais a cultura, culinária e atrações do Pará, afirmando que “Berlim não oferece 10% da qualidade de Belém”.

Com informações do G1