Publicado em 6 de novembro de 2025 às 14:57
Durante a chegada para o almoço com chefes de Estado na Cúpula de Líderes da COP30, em Belém, o governador do Pará, Helder Barbalho, discordou publicamente de uma declaração recente de Bill Gates sobre a crise climática e destacou a importância de conciliar sustentabilidade e inclusão social nas políticas ambientais.>
“A ideia é que a floresta viva se transforme em um ativo ambiental. Para quem vive aqui, precisa ser também uma solução social, sob pena de vivermos um conflito que inviabilize uma política perene de preservação da Amazônia”, afirmou o governador.>
A fala faz referência a uma declaração do bilionário americano, que afirmou recentemente que “melhorar vidas importa mais que reduzir emissões ou temperaturas”. A frase repercutiu negativamente entre líderes e ambientalistas, por sugerir que o combate direto ao aquecimento global poderia ser colocado em segundo plano.>
Helder Barbalho, no entanto, defendeu que as duas agendas devem andar lado a lado.>
“Com todo respeito à fala de Bill Gates, eu discordo. Acho que precisamos trabalhar de forma paralela. Uma agenda não substitui a outra. Na minha opinião, não podemos desconectá-las. É preciso agir fortemente para reduzir as emissões e, ao mesmo tempo, construir soluções que unam sustentabilidade e desenvolvimento social.”>
Ausência dos EUA e parceria com a Califórnia>
O governador também comentou a ausência de representantes do governo dos Estados Unidos na COP30. Para Helder, embora o país seja uma potência global, a participação de estados subnacionais, como Califórnia, ainda garante o engajamento norte-americano nas discussões climáticas.>
“Os EUA, como potência global, terão participação importante por meio dos estados subnacionais. O Pará vai firmar um acordo com a Califórnia, que é um dos protagonistas das agendas ambientais do planeta”, disse.>
Helder destacou que a Califórnia tem uma economia comparável à do Brasil e é referência em políticas de energia limpa e descarbonização.>
“Tenho certeza de que os que estão aqui vão contribuir muito para o engajamento de todos os países. E torço para que os EUA não adotem um discurso negacionista ambiental, pois seria um contrassenso diante de sua importância diplomática e econômica”, completou.>