Maior trilha da América Latina será inaugurada na COP30 e vai ligar a Amazônia ao Atlântico

Estruturação e sinalização estão em fase final

Publicado em 14 de outubro de 2025 às 14:03

Estruturação e sinalização estão em fase final
Estruturação e sinalização estão em fase final Crédito: Diego Barros/MMA

A Amazônia vai ganhar um novo e grandioso atrativo turístico: a Trilha Amazônia Atlântica, a maior trilha de longa distância da América Latina, com quase 468 quilômetros de extensão. A inauguração está prevista para acontecer durante a COP30, em Belém.

O trajeto corta o estado do Pará, ligando florestas, manguezais, comunidades quilombolas e unidades de conservação. Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), a trilha está na fase final de estruturação e sinalização, e deve se tornar um marco de integração entre conservação ambiental, geração de renda e turismo sustentável.

No primeiro ano de funcionamento, a expectativa é receber cerca de 10 mil visitantes, que poderão percorrer o caminho a pé ou de bicicleta. A rota atravessa sete unidades de conservação, entre elas o Parque Estadual do Utinga Camilo Vianna, o Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia e as reservas Extrativistas Marinhas de Tracuateua, Caeté-Taperaçu, Araí-Peroba e Gurupi-Piriá, além de seis territórios quilombolas, como Torres (Tracuateua), América (Bragança) e Macapazinho (Castanhal e Santa Isabel do Pará).

A trilha interliga antigos caminhos já usados por aventureiros e comunidades locais, agora reunidos em um percurso contínuo, sinalizado e mapeado. Além disso, moradores e pequenos empreendedores foram capacitados para oferecer apoio, hospedagem e alimentação aos viajantes.

Pelo aplicativo e plataforma digital eTrilhas, os visitantes poderão acessar informações detalhadas sobre o trajeto e entrar em contato direto com prestadores de serviços locais.

De acordo com o MMA, o traçado foi planejado para minimizar o impacto ambiental e garantir a circulação da fauna, criando corredores naturais entre unidades de conservação.

“Esses corredores florestados são usados tanto para o turismo quanto pela fauna, que pode migrar entre as áreas protegidas”, explica Pedro Cunha e Menezes, diretor do Departamento de Áreas Protegidas do MMA.

A experiência também será uma imersão cultural: os viajantes poderão conhecer o modo de vida de populações extrativistas, como coletores de caranguejo, pescadores e agricultores, além de explorar florestas, manguezais e campinas.

A trilha atravessa 17 municípios paraenses, incluindo Belém, Ananindeua, Castanhal, Bragança e Viseu. O projeto é resultado de uma ampla parceria entre o MMA, o Ministério do Turismo, a Embratur, o ICMBio, o Ideflor-Bio, a Conservação Internacional e as comunidades locais.

Com a Trilha Amazônia Atlântica, o Pará se consolida como um dos principais destinos de ecoturismo e turismo de base comunitária do Brasil, unindo natureza, cultura e sustentabilidade em um só caminho.

Com informações da Agência Brasil