Museu das Amazônias e Museu do Jardim Botânico debatem redução das chuvas na floresta amazônica

O Fórum de Biodiversidade apresenta resultados inéditos do Projeto Seca Floresta, que há mais de 20 anos investiga as transformações climáticas na Amazônia, provocadas pela falta de chuvas.

Publicado em 21 de outubro de 2025 às 09:39

Museu das Amazônias e Museu do Jardim Botânico debatem redução das chuvas na floresta amazônica - 
Museu das Amazônias e Museu do Jardim Botânico debatem redução das chuvas na floresta amazônica -  Crédito: Divulgação

Como a redução das chuvas já vem transformando a floresta Amazônica? Essa é a pergunta que guiará o Fórum de Biodiversidade, promovido pelo Museu das Amazônias, em Belém, na próxima sexta-feira (24), às 14h30. O evento é realizado em parceria com o Museu do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e será voltado para pesquisadores, estudantes, ativistas e o público interessado em mudanças climáticas e conservação ambiental.

Com o tema “As reduções da chuva na Amazônia já transformam a floresta em outro tipo de vegetação: resultados de mais de duas décadas do Projeto Seca Floresta”, o fórum terá palestra do pesquisador Leandro Valle Ferreira, do Museu Paraense Emílio Goeldi, e participação de Marinez Siqueira, diretora da Escola Nacional de Botânica Tropical. “É urgente trazer esse debate ao público para que possamos pensar coletivamente em estratégias de mitigação e conservação”, destaca Leandro Ferreira.

O Fórum de Biodiversidade é uma iniciativa regular do Museu do Jardim Botânico, voltada ao debate de temas centrais da ciência da biodiversidade. Nesta edição, o evento soma forças ao Museu das Amazônias e ao Museu Goeldi para fortalecer a cooperação científica entre instituições da Amazônia e do Rio de Janeiro, com entrada gratuita, emissão de declaração de participação e inscrições feitas no local (na Sala Multiuso do Museu das Amazônias, em Belém).

Para Grazielle Giacomo, gerente técnica do Museu das Amazônias, “o espaço nasce com o compromisso de colocar a floresta no centro das discussões sobre sustentabilidade e futuro. Estreitar essa parceria com o Museu do Jardim Botânico e o Museu Goeldi em torno de um tema tão decisivo demonstra a força que queremos dar a essa rede de trocas”.

Já a diretora do Museu do Jardim Botânico, Daniela Alfonsi, destaca que “é motivo de grande satisfação inaugurar esta parceria com o Museu das Amazônias. É um passo fundamental para ampliar a cooperação científica e cultural entre diferentes regiões do país e reforçar o papel das instituições na produção e difusão do conhecimento”.

Estudo apresentado

Durante o Fórum, serão apresentados os resultados mais recentes do Projeto Seca Floresta, iniciado em 2001, e que é uma das mais longas experiências de exclusão artificial de chuva em florestas tropicais. Conduzido na Floresta Nacional de Caxiuanã (PA), o estudo simula condições semelhantes às provocadas pelo El Niño, revelando efeitos como o aumento da mortalidade de árvores de grande porte, redução de até 30% no fluxo de seiva, transpiração e fotossíntese, e o desaparecimento de espécies dependentes de fungos micorrízicos.

Os resultados atuais apontam que a diminuição prolongada das chuvas pode provocar transformações abruptas e irreversíveis na floresta tropical, convertendo-a em vegetações mais abertas e secas, com menor biomassa e biodiversidade.

Serviço

Fórum de Biodiversidade – Museu das Amazônias

Data: 24 de outubro de 2025 (sexta-feira)

Horário: 14h30 – 16h30

Local: Sala Multiuso do Museu das Amazônias, Porto Futuro II, bairro do Reduto (Belém, PA).

Sobre o Museu das Amazônias

O Museu das Amazônias é resultado de uma ampla rede de colaborações entre o poder público e a iniciativa privada, unidas pelo propósito de valorizar, preservar e projetar o patrimônio cultural, científico e ambiental das Amazônias. O espaço é um símbolo de cooperação e compromisso coletivo com o futuro da região e do planeta.

A iniciativa é do Governo do Estado do Pará, realizada pela Secretaria de Estado de Cultura do Pará e pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), com a participação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Sua concepção e implementação foram conduzidas pelo idg – Instituto de Desenvolvimento e Gestão, em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi.

Sobre o Museu do Jardim Botânico

O Museu do Jardim Botânico conta com patrocínio master da Shell Brasil e gestão do idg - Instituto de Desenvolvimento e Gestão. Inaugurado em março de 2024, o espaço apresenta ao público, por meio de exposições, conteúdos interativos e programação cultural para todas as idades, o trabalho pioneiro do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro para o conhecimento e conservação da flora brasileira.

Sobre o idg

Há mais de 20 anos, o idg atua na gestão e no desenvolvimento de projetos culturais, ambientais e educacionais, unindo conhecimento, inovação, criatividade e ousadia para dar vida a ideias e contar histórias que provocam reflexões e criam experiências. Guiado pelo propósito de esperançar futuros possíveis, o instituto implementou e gere o Museu do Amanhã e o Museu do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro; o Museu das Favelas e o programa CultSP PRO, em São Paulo; e o Paço do Frevo, no Recife. Além disso, é responsável pela gestão operacional do Fundo da Mata Atlântica, no Rio de Janeiro, e realizou recentemente a concepção e implementação do Museu das Amazônias, em Belém.