Publicado em 20 de agosto de 2024 às 10:22
A mudança do clima antecipou e agrava a temporada de incêndios na região amazônica, assim como ocorreu no Pantanal. No momento, o Governo Federal atua com 1.489 brigadistas do Ibama e ICMBio no combate aos incêndios florestais na Amazônia. Brigadistas voluntários também atuam na região.
A Amazônia enfrenta desde meados de 2023 uma das piores estiagens da história, que intensifica os incêndios florestais em diversos países amazônicos, como Brasil, Peru e Bolívia.
Dos 173 incêndios registrados no Norte desde 24 de julho, 98 foram extintos ou estão controlados. Cada incêndio pode reunir dezenas, centenas ou até milhares de focos de calor concentrados em uma região.
O índice de seca na Bacia Amazônica é o pior em pelo menos duas décadas. Em julho, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou situação crítica de escassez hídrica nos rios Madeira e Purus.
Segundo estudo internacional divulgado nesta semana, a emergência climática elevou em até 20 vezes a probabilidade das condições climáticas que intensificaram os incêndios na Amazônia Ocidental de março de 2023 a fevereiro de 2024.
Os incêndios florestais no bioma são em maior parte relacionados ao desmatamento e à limpeza de pastagem. Com a retomada da governança ambiental na atual gestão, a área sob alertas de desmatamento na Amazônia caiu 45,7% de agosto de 2023 a julho de 2024 em comparação com os 12 meses anteriores, segundo dados do sistema Deter, do Inpe. A área sob alertas (4.315 km²) é a menor da série histórica iniciada em 2016.
O resultado do Deter é um indicativo de tendência da taxa anual de desmatamento, medida sempre de agosto a julho por outro sistema do Inpe, o Prodes. De agosto de 2022 a julho de 2023, o desmatamento já havia caído 22,3% de acordo com o Prodes. Sem a redução acumulada do desmatamento, projeções apontam que a região estaria ainda mais vulnerável à ocorrência de incêndios.
Atualmente o fogo na Amazônia ocorre principalmente no sul do Amazonas e nos arredores da Rodovia Transamazônica (BR-230). Amazonas e Pará concentram juntos mais da metade (51,6%) dos focos de incêndio registrados no bioma de 1º de janeiro a 18 de agosto de 2024, segundo dados do Inpe. Desde 1º de julho, 67,2% dos focos registrados estão nos dois estados.
Brigadistas do Ibama e ICMBio atuam prioritariamente em áreas federais, como assentamentos, Terras Indígenas e Unidades de Conservação. Também apoiam o combate em outras áreas, onde a ação é responsabilidade prioritária dos estados.
A resposta federal à estiagem e aos incêndios no país é coordenada por uma sala de situação criada pelo governo federal em junho. Na última reunião, realizada na última sexta-feira (16), o grupo discutiu novas medidas para combater os incêndios na Amazônia e no Pantanal. A sala foi presidida pela secretária executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, e teve participação da ministra Marina Silva, dos ministros Waldez Góes (MIDR) e Paulo Teixeira (MDA) e de representantes de outros órgãos.
O governo federal articula a resposta aos incêndios com os governos estaduais e representantes dos Corpos de Bombeiros da região Norte. Foram disponibilizados R$ 405 milhões do Fundo Amazônia para apoiar os Corpos de Bombeiros dos nove estados da Amazônia Legal, entre outras medidas.
Com informações do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima