Publicado em 18 de novembro de 2025 às 18:58
O Pará está no centro de um compromisso internacional firmado por 46 governos para ampliar a proteção dos manguezais, ecossistemas essenciais para o equilíbrio climático e a segurança das comunidades costeiras. O estado integra o grupo de unidades federativas brasileiras que aderiram ao movimento global Mangrove Breakthrough, ao lado de Amapá, Bahia, Maranhão, Pernambuco, Sergipe, Rio de Janeiro e do município de Aracaju.>
A iniciativa pretende mobilizar US$ 4 bilhões para restaurar 15 milhões de hectares de manguezais até 2030, reforçando o papel do Brasil, que abriga a maior faixa contínua de manguezais do planeta. No caso do Pará, onde os mangues sustentam cadeias de pesca artesanal e protegem comunidades ribeirinhas, a adesão representa um passo estratégico para fortalecer políticas ambientais e sociais no litoral.>
O Mangrove Breakthrough ganhou força durante a COP30, em Belém, onde novas adesões foram celebradas e onde o Pará tem atuado como vitrine global de temas socioambientais. As ações serão implementadas em parceria com a Coastal 500, rede internacional de líderes locais comprometidos com a resiliência das zonas costeiras.>
“O apoio dos estados brasileiros envia um sinal poderoso. Os líderes locais estão colocando a natureza no centro da construção da resiliência de suas comunidades”, afirmou Ignace Beguin Billecocq, diretor executivo do Mangrove Breakthrough Hub. Ele destaca que restaurar manguezais é uma das soluções climáticas mais eficazes e acessíveis disponíveis atualmente.>
A diretora executiva da Rare no Brasil, Monique Galvão, reforça que o sucesso da iniciativa depende das populações que vivem nos mangues. “O futuro dos manguezais está nas mãos dos verdadeiros guardiões, as comunidades que convivem com esses ecossistemas todos os dias”, disse.>
No Pará, onde boa parte da zona costeira é ocupada por populações tradicionais e pescadores, o pacto fortalece um modelo de governança ambiental compartilhada. As ações devem unir estados, municípios e sociedade civil em metas de restauração e proteção.>
Para a Conservation International Brasil, esse movimento mostra como a liderança climática nasce nos territórios. “O Brasil mostra ao mundo que políticas positivas para os manguezais podem unir todos os níveis de governo em torno de resultados concretos”, ressaltou Nátali Piccolo, diretora do Programa Marinho e Costeiro da organização.>
Com a COP30 projetando o Pará para o debate climático global, o estado se torna peça-chave na defesa de um dos ecossistemas mais importantes e ameaçados da zona costeira brasileira.>