Presidente da COP30 pede consenso em Belém e faz apelo para fortalecer Acordo de Paris

André do Lago também voltou a defender que a transição climática deve ser encarada como uma oportunidade de desenvolvimento

Publicado em 21 de novembro de 2025 às 11:13

André do Lago também voltou a defender que a transição climática deve ser encarada como uma oportunidade de desenvolvimento.
André do Lago também voltou a defender que a transição climática deve ser encarada como uma oportunidade de desenvolvimento. Crédito: Agência Brasil

No encerramento da COP30, nesta sexta-feira (21), o presidente da conferência, André do Lado, fez um discurso firme em plenária, destacando a necessidade de união entre os países para avançar no combate às mudanças climáticas. Ele afirmou que Belém demonstrou, de forma rápida e prática, o que significa implementar ações climáticas e reforçou que a cooperação internacional é essencial para que o regime climático global funcione.

Segundo ele, apesar do avanço na construção de instrumentos e mecanismos durante as negociações, ainda há enormes obstáculos para transformar compromissos em ações concretas. “Todos nós sabemos quão complicado é conseguir consenso”, disse.

Ao relembrar a escolha do Brasil como sede, André reforçou o papel do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O presidente Lula queria mostrar ao mundo não apenas a beleza da Amazônia, mas também seus desafios. Acredito que mudamos a percepção entre natureza e clima graças ao tempo que vocês passaram aqui”, afirmou.

O presidente da COP30 também voltou a defender que a transição climática deve ser encarada como uma oportunidade de desenvolvimento. “Estamos criando uma nova economia que oferece grandes oportunidades de crescimento e emprego. Isso tem que ser uma agenda positiva, não uma agenda que nos divide.”

Em tom crítico, mencionou a saída da principal economia mundial do Acordo de Paris, afirmando que esse movimento ainda reverbera como divisão dentro da Convenção do Clima. Para ele, a única forma de superar esse cenário é reforçar o compromisso firmado em 2015. “Precisamos fortalecer o Acordo de Paris e só podemos fazer isso se tivermos consenso em Belém. Se não fortalecermos o acordo, todos nós vamos perder.”

André do Lado pediu que os países aproveitem as últimas horas de negociação para buscar convergência e proteger o processo multilateral. “Precisamos preservar esse regime com espírito de cooperação, não com espírito de quem vai ganhar ou perder.”

Ele também reconheceu que nem todas as prioridades do país anfitrião avançaram como o governo desejava, mas garantiu que sua presidência busca um resultado equilibrado. “Mesmo para o país-sede existem desafios significativos. Mas essa não é uma presidência que quer apenas o que o Brasil quer, e sim o que seja melhor para todos.”

Ao concluir, reforçou o compromisso em defender o pacto climático global.

 “Vamos fazer o que for preciso para fortalecer o Acordo de Paris e mostrar que somos mais fortes do que aqueles que dizem que esse processo não pode ir adiante.”